Auditores atuam Ambev e Heineken por trabalho análogo à escravidão em terceirizada
23 imigrantes contratados pela transportadora Sider moravam na boleia do caminhão, não tinham água potável, não tinham folgas e ainda pagavam pela camisa e bota que usavam para trabalhar
Publicado: 18 Maio, 2021 - 16h48 | Última modificação: 18 Maio, 2021 - 17h54
Escrito por: Redação CUT
Auditores fiscais do trabalho desmontaram um esquema de trabalho em condições análogas à escravidão envolvendo duas das maiores cervejarias do mundo, as multinacionais Ambev e o Grupo Heneiken, e uma transportadora terceirizada contratada por ambas, a Sider, que era a empregadora direta dos trabalhadores.
A Ambev e o Grupo Heineken foram autuadas após 23 imigrantes - 22 venezuelanos e um haitiano - serem encontrados em condições análogas à escravidão na Sider, segundo o jornal El País.
Os funcionários foram libertados em uma ação do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo de Pessoas, da Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo. O órgão é ligado ao Ministério da Economia e executou a operação na madrugada do dia 3 de março deste ano
Os imigrantes moraram por meses na boleia de caminhões que utilizavam para trabalhar. Os automóveis ficavam estacionados nas sedes da Sider em Limeira e Jacareí, no interior a São Paulo. Eles não podiam usar os alojamentos — direito previsto em lei — que havia sido prometido quando firmaram contrato com a empresa. O local também não tinha água potável, e os trabalhdores não tinham folgas, as jornadas eram extenuantes.
Os trabalhadores tinham de pagar taxas extras e tinham descontos, tais como a cobrança pela concessão de camisa e bota para trabalho, e a nacionalização da Carteira Nacional de Habilitação.
Os trabalhadores resgatados receberão R$ 657.270 de indenização, cerca de R$ 28.576 reais para cada, anda segundo a reportagem.