Autora dos disparos de fake news nas eleições ganha cargo no Planalto
Mais uma nomeação "técnica" alinha favorecimento político entre amigos do governo Bolsonaro
Publicado: 18 Janeiro, 2019 - 10h53 | Última modificação: 18 Janeiro, 2019 - 12h05
Escrito por: Redação RBA
Taíse de Almeida Feijó, funcionária da agência de comunicação contratada pelo PSL para a disseminação de fake news pelo WhatsApp durante o pleito eleitoral, foi nomeada nesta segunda-feira (14), no Diário Oficial da União, assessora de gabinete do secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Consideradas determinantes no resultado final do processo eleitoral, as mensagens disparadas em massa pelo Whatsapp pagas por recursos de empresários – prática considerada ilegal por configurar Caixa 2 – eram contratados por Taíse, segundo a agência AM4 Brasil Inteligência Digital afirmou à reportagem da Folha.
Ao todo, foram pagos R$ 650 mil para a AM4 atuar na campanha de Jair Bolsonaro.
Agora ex-funcionária da agência, após ter atuado como gerente de projetos por oito anos, Taíse terá um cargo comissionado no Palácio do Planalto, receberá um salário de cerca de R$ 10,3 mil e será acompanhada de perto por Bebianno, um dos principais nomes à frente da campanha eleitoral de Bolsonaro.
Em nota, o órgão respondeu aos questionamentos da reportagem da Folha alegando que a contratação de Taíse teve como base "critérios técnicos, após avaliação curricular e entrevista".
No entanto, a nomeação da ex-funcionária é mais uma a sugerir favorecimento político no governo de Bolsonaro que, apesar de afirmar reiteradamente critérios "técnicos", especialmente no chamado segundo escalão do Executivo, tem promovido aos cargos amigos e parentes.
É caso de Carlo Victor Guerra Nagem, novo gerente executivo de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras e "amigo-particular" do mandatário. Assim como Antônio Mourão, filho do vice-presidente, o general da reserva Hamilton Mourão, promovido a assessor especial da presidência do Banco do Brasil e Alex Carreiro, nomeado para direção da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) mesmo sem saber falar em inglês, uma das exigência do cargo, mas que logo depois marcou também como mais um dos recuos de Bolsonaro e foi demitido.