Escrito por: CUT Brasil, com informações de Eduardo Sodré, da Contac-CUT
Multinacional antecipa reforma trabalhista e ataca liberdade de organização sindical.
Na segunda-feira (2/10), a unidade de Feira de Santana (BA) da multinacional Nestlé Brasil Ltda. suspendeu o contrato de trabalho do diretor e dirigente sindical Francisco Teixeira de Araújo Neto (Cowboy), na perspectiva de demiti-lo,
A empresa, cuja planta fica na margem da Rodovia BR 324, no bairro Subaé, notificou o dirigente em sua residencia, por meio de telegrama. Francisco se encontrava de licença medica nos dias 2 e 3 de outubro, em virtude de uma virose, conforme diagnosticada em consulta no Hospítal São Matheus.
A Nestlé alega como motivo para a suspensão do contrato uma suposta "falta grave". Na verdade, a empresa não aceita as reivindicações apresentadas por Francisco, na condição de dirigente sindical, de melhorias no local de trabalho e demandas relacionadas à saúde ocupacional. Tratam-se de reivindicações definidas pela direção do sindicato e levantadas junto aos trabalhadores e trabalhadoras da empresa, incluindo os membros da CIPA,e os brigadistas.
Veja, no vídeo, Vagner Freitas, presidente da CUT denunciando a ação da Nestlé contra Cowboy:
A multinacional Nestlé, porém, não aceita de forma nenhuma que a direção do sindicato conteste os descasos que têm caracterizado as práticas dessa empresa no estado da Bahia.
Por diversas vezes, a direção do sindicato tentou dialogar com a empresa, tanto em reuniões internas quanto externas, além das reuniões das Cipas. Mas a empresa optou por demitir o dirigente sindical do que dialogar, o que foi um grande erro.
Diante do atual cenário, a empresa não se contentou em suspender o contrato de trabalho do dirigente conhecido como Cowboy.
A empresa também puniu com uma suspensão de 5 dias o sindicalista Marcleuber Oliveira, também dirigente sindical do Sindalimentação, diretor da FETIABA,e cipeiro da Nestlé. A medida foi uma retaliação ao fato de o dirigente ter feito uma intervenção para assegurar o acionamento da ambulância da empresa no socorro a um trabalhador que por pouco não veio a óbito.
Se a empresa está pretendendo se antecipar à reforma trabalhista, é bom que ela saiba que o movimento sindical não vai aceitar esse ataque a seus direitos históricos.