Escrito por: Cecília Negrão, SPBancarios
Categoria está disposta a lutar reajuste salarial que reponha a inflação da data-base mais 5% de aumento real. Contraproposta dos bancos é de reajuste de apenas 75,8% da inflação, e perda real de 2%
Após mais de 70 dias da Campanha Nacional Unificada dos bancários, essa semana é decisiva para a categoria, que está disposta a lutar reajuste salarial que reponha a inflação do período entre 31 de agosto de 2021 e 1º de setembro de 2022 (data-base) de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais 5% de aumento real.
Na última sexta-feira (26), depois que os bancos apresentaram nova proposta para os salários, com reajuste de apenas 75,8% da inflação, e perda real de 2%, a categoria se reuniu e aprovou assembleia permanente contra a proposta de perda salarial, rejeitada na mesa de negociação pelo Comando Nacional dos Bancários.
Em assembleia virtual com trabalhadores e trabalhadoras da base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, 97% dos 5,5 mil bancários rejeitaram o índice de reajuste salarial apresentado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho.
"[Foi] Um desrespeito com os trabalhadores”, reagiu a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, que complementou: “Com lucro de R$ 56 bilhões no semestre (somente os cinco maiores bancos), propõem um índice com perda real? A categoria está mobilizada e esperamos mais respeito essa semana", destacou.
A Fenaban manteve a proposta de reajuste da PLR em 100% da inflação, e recuou na compensação dos programas próprios na parcela adicional.
Já foram realizadas 17 reuniões de negociação após a entrega da minuta e os bancos mantém a proposta de perda salarial.
“Não vamos aceitar proposta que não traga aumento real dos salários”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira. “Na PLR obtivemos avanços, mas os bancos ainda precisam melhorar a proposta”, completou.
Assembleias - Sindicatos da categoria em todo o país realizaram assembleias na última sexta-feira (26) e aprovaram estado de assembleia permanente.
Bancários - Os bancários são uma das únicas categorias com uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com validade para todo o Brasil, para bancos públicos e privados.
A Campanha começa no fim de maio, com a consulta aos trabalhadores, uma pesquisa sobre diversos temas e suas prioridades e, a partir dessa consulta, que começa a mobilização e construção de argumentos para reivindicar com os banqueiros.
As prioridades são apresentadas nas Conferências Estaduais e depois no Congresso Nacional da categoria. O resultado entra na minuta entregue aos bancos.
A categoria bancária acumula aumento real de 21,9% desde 2004. E o piso acumula aumento real de 43,6%.
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