Escrito por: RBA
Representantes dos trabalhadores querem discutir com bancos temas como controle da jornada, equipamentos e condições de saúde e segurança
O Comando Nacional dos Bancários avalia que obteve avanços na regulamentação do teletrabalho ou home office, após nova rodada de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), nessa terça-feira (26). De acordo com os representantes dos trabalhadores, o setor empresarial “sinalizou que aceita negociar cláusulas específicas” sobre o tema para inclusão na convenção coletiva de trabalho da categoria. A data-base é 1º de setembro.
“Queremos que a possibilidade do trabalho em home office seja discutida com o movimento sindical. Apresentamos nossas reivindicações sobre a importância do controle da jornada e toda e qualquer alteração a respeito da responsabilidade do fornecimento e manutenção dos equipamentos necessários para a realização do teletrabalho seja discutido e pactuado neste instrumento aditivo, que vai regrar as condições do seu trabalho”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional.
Ivone cita pesquisa feita no ano passado, com informações de 13 mil bancários, em todo o país, relatando “inúmeros problemas” sobre o trabalho em casa. “Para diminuir custos, os bancos querem manter os trabalhadores em home office, e reivindicamos o fornecimento de equipamentos adequados para que o trabalhador possa executar suas tarefas, o pagamento pelo banco dos gastos, como energia elétrica e internet, condições de saúde e segurança, com respeito às Normas Regulamentadoras, controle da jornada e garantia de todos os direitos previstos na convenção coletiva”, citou Ivone.
“É um avanço importante, mas existem pontos a serem melhor discutidos, como a questão da ajuda de custo para os gastos assumidos pelos trabalhadores e o respeito à jornada de trabalho, com direito à desconexão do trabalhador”, acrescentou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), também coordenadora do Comando Nacional, Juvandia Moreira. A dirigente lembra que alguns acordos específicos já asseguraram avanços, casos de Banco do Brasil, Bradesco e Itaú.
Na pesquisa feita em 2021, a maioria dos bancários relatou não ter equipamentos adequado para o home office e trabalhar de forma improvisada. Ergonomia e acústica foram outros pontos mal avaliados. Dos 13 mil que responderam, 86,5% disseram ter sofrido aumento nas contas de luz e 73,4%, nos gastos com supermercado, enquanto 36% disseram que a empresa não se responsabilizou por nenhum equipamento.
A negociação de hoje também discutiu qualificação e requalificação profissional. A próxima reunião está agendada para quinta-feira (28), sobre cláusulas sociais e segurança no setor. Ainda não foram discutidas as questões econômicas. Os bancários querem, além de reposição da inflação, 5% a título de ganho real.
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