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Bancários cobram dos banqueiros resposta definitiva para a pauta econômica

Negociações com Fenaban já conquistaram avanços para as propostas de teletrabalho e de combate ao assédio sexual, mas nada de aumento real de salários, dos VR e VA e PLR

Publicado: 19 Agosto, 2022 - 12h01 | Última modificação: 19 Agosto, 2022 - 12h17

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

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Sindicatos de bancários de todo o país realizam nesta sexta-feira (19) mobilizações para exigir dos banqueiros resposta definitiva sobre as reivindicações econômicas da campanha salarial unificada da categoria deste ano. Eles exigem aumento de salários com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da data-base mais 5% de aumento real, reajuste maior para os valores do Vale Refeição (VR), do Vale Alimentação (VA) e da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR), que já chegou a ser de 14%, em média, e atualmente está em 6,6%, em média.

O Comando Nacional dos Bancários reforçou na mesa de negociação que a categoria está ansiosa por respostas para as reivindicações econômicas, e que com o fim da ultratividade – princípio que mantinha a validade de um acordo trabalhista até que outro fosse assinado – essas respostas se tornam ainda mais urgentes, uma vez que a  Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria tem validade até 31 de agosto.

“Esperávamos que os bancos apresentassem uma proposta geral na mesa de hoje, mas não veio novamente", disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, após a reunião desta quinta-feira (18).

"Não há justificativa para isso, uma vez que nossa pauta está com eles há mais de dois meses e já temos os números necessários para as respostas às reivindicações econômicas: os bancos já estão fechando seus balanços e já temos uma projeção mais precisa da inflação (INPC)", acrescentou a dirigente que espera uma proposta na nova rodada de negociação, a partir das 10h desta sexta. 

Leia mais: Entenda a importância da negociação coletiva

Campanha Nacional Unificada

Durante a mesa de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada nesta quinta-feira (18), o Comando Nacional dos Bancários obteve avanços para as propostas de teletrabalho e de combate ao assédio sexual e cobrou melhorias na proposta contra as metas abusivas e o assédio moral e uma resposta definitiva para a pauta econômica.

Uma nova rodada de negociação está prevista para esta sexta-feira (19).

"Após doze rodadas, os bancários exigem uma proposta econômica dos banqueiros. A minuta com as reivindicações da categoria foi entregue no dia 15 de junho, já deu tempo de analisar e queremos uma resposta", destacou Ivone.

Inflação

A alimentação no domicílio teve alta de 16% em doze meses, com alguns produtos básicos subindo intensamente: cenoura (86%), tomate (66%), café (62%), leite (37%), feijão (30%), óleo de soja (30%), ovo (19%). 

A cesta básica calculada pelo DIEESE está em R$ 777,01, e teve variação de 24% em um ano, 50% desde o início da pandemia e 77% desde o início do governo Bolsonaro.

Isso significa que a cesta básica está 21% acima do valor do auxílio alimentação da categoria (R$ 644,44).

A cesta básica do Procon que considera além de alimentação, itens de higiene e limpeza está em R$ 1.251,44, valor maior do que o salário-mínimo e 94% acima do auxílio alimentação da categoria bancária.

Bancário Solidário

Desde 2020 por meio de uma parceria entre o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região com o Bancário Solidário e o Rede Rua, a quadra dos bancários está sendo utilizada para a produção de refeições e distribuição, diariamente, de cerca de mil marmitas e sopas arrecadadas a partir de doações de empresas, entidades e pessoas físicas. A ação está ocorrendo por meio da campanha Bancário Solidário, durante a pandemia, para que bancários possam fazer doações financeiras, de alimentos e roupas.

E nesta sexta, os bancários realizam coleta de alimentos nas cidades de São Paulo e Osasco.

Os alimentos arrecadados serão distribuídos para a população de rua, pelo programa Bancário Solidário. 

"Estamos protestando exigindo redução de juros, geração de emprego e valorização dos trabalhadores. Estamos fazendo a nossa parte. Queremos arrecadar toneladas de alimentos e distribuir para quem mais precisa. A consulta com a categoria nos mostrou que bancários estão preocupados com o que acontece no país e querem um Brasil mais justo, com mais emprego, mais investimentos em saúde, educação e que valorize os trabalhadores. Não podemos aceitar que apenas quatro em cada dez famílias brasileiras têm acesso pleno à alimentação e 33 milhões de brasileiros passem fome no Brasil”, afirmou Ivone Silva.