Escrito por: Cecília Negrão, SPBancários
Próxima reunião acontece no dia 27/06 e vai dsicutir emprego e terceirização
As negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2022 começaram nesta quarta-feira (22), de forma virtual, uma semana após a entrega da minuta de reivindicações da categoria
Além da definição dos temas, também foram tratadas outras questões como o abono do banco de horas negativas gerado em decorrência da pandemia; a MP 1.116/2022 que ameaça a retirada do auxílio-creche babá e o PL 1043/2019, que propõe a liberação da abertura de agências bancárias aos finais de semana.
"Nossa campanha não pode se desvincular do desmonte trabalhista que o governo Bolsonaro promove desde o início da sua gestão. A MP 1.116 é um exemplo do desrespeito com as negociações coletivas”, afirmou Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários
De acordo com a dirigente, cerca de 80 mil bancários são beneficiados seja pelo auxílio babá, creche ou auxílio filho com deficiência. “A MP ameaça direitos garantidos, em um momento de recessão econômica, desemprego e alta no endividamento das famílias", destacou.
“São temas centrais que englobam uma série de reivindicações da categoria. Isso contribui para organizarmos e agilizarmos as negociações”, ponderou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “É hora de nos mobilizarmos! ”, completou.
Na mesa de negociação, o Comando Nacional dos Bancários também reivindicou o abono das horas negativas das pessoas com comorbidade para as quais o banco não conseguiu viabilizar o trabalho remoto durante a pandemia.
“As pessoas foram afastadas por uma questão de saúde pública. Foram dois anos de pandemia e para algumas delas os bancos não conseguiram viabilizar o trabalho remoto. Isso gerou um número muito grande de horas a serem compensadas. Por mais que tenham tentado, algumas pessoas não conseguiram compensar todas estas horas. Queremos que estas horas sejam abonadas”, destaca Ivone.
A Fenaban disse que, como as negociações sobre banco de horas foram realizados diretamente com os bancos, que a Fenaban fará um levantamento sobre quais são os casos e discutirá a proposta com cada um deles.
Próximos temas
Emprego e terceirização será o tema tratado na próxima reunião; na sequência, cláusulas sociais e segurança bancária; cláusulas sociais e teletrabalho; igualdade de oportunidades; saúde e condições de trabalho; e duas reuniões sobre as cláusulas econômicas (veja o calendário detalhado abaixo).
A categoria precisa definir a campanha até o fim de agosto porque a data-base da categoria é 1º de setembro e a reforma trabalhista acabou com a ultratividade (manutenção dos direitos da atual Convenção Coletiva de Trabalho até a assinatura do novo acordo)
Como é elaborada a campanha dos bancários
Os bancários são uma das únicas categorias com uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com validade para todo o Brasil, para bancos públicos e privados.
A Campanha começa no fim de maio, com a consulta aos trabalhadores, uma pesquisa sobre diversos temas e suas prioridades.
As prioridades são apresentadas nas Conferências Estaduais (dia 28/05), em seguida, na Conferência Nacional (10 e 12 de junho, com assembleias para aprovação nos dias 13 e 14) da categoria. O resultado entra na minuta de reivindicações entregue aos bancos no dia 15/06.
A data-base da categoria é 1º de setembro.
Pauta de reivindicações
Na pauta definida pela categoria destacam-se:
- reposição salarial e nas demais verbas com base na inflação do período entre 1º de setembro de 2021 e 31 de agosto de 2022 (INPC); e
- 5% de aumento real.
Veja outras reivindicações:
Calendário de negociações:
Junho: 27/6: Tema: Emprego e Terceirização
Julho: 6 (Cláusulas sociais e segurança bancária); 22 (Cláusulas sociais e Teletrabalho) e 28/7 (Igualdade de Oportunidades)
Agosto: 01 (Saúde e Condições de Trabalho), 3 (Cláusulas Econômicas), 11, 15, 18, 19, 20, 22, 23 e 24/8