Bancários rejeitam proposta, insistem em negociação e participam do Dia do Basta
Categoria espera por proposta que inclua aumento real em negociação no próximo dia 17. Nesta sexta, engrossará protestos das centrais sindicais contra o desemprego e em defesa de direitos
Publicado: 09 Agosto, 2018 - 09h27 | Última modificação: 09 Agosto, 2018 - 15h10
Escrito por: Redação RBA
Assembleias de bancários realizadas na noite desta quarta-feira (8) rejeitaram proposta feita na véspera pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que prevê apenas reajuste com base na inflação, sem ganho real. "Incompleta e insuficiente", definiu a presidenta do sindicato da categoria em São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, do Comando Nacional.
A assembleia em São Paulo, realizada na quadra do sindicato, na região central, terminou por volta de 20h30. Uma nova reunião foi marcada para o dia 17. A categoria tem data-base em 1º de setembro. Segundo os sindicatos representados pelo comando, não será admitida proposta que contemple aumento real, compatível com a lucratividade do setor.
No Rio de Janeiro, a presidenta do sindicato, Adriana Nalesso, considerou um "deboche" a proposta da Fenaban. "O setor que mais lucra no país não poderia apresentar uma proposta tão indecente na mesa de negociações. Foi uma provocação, um deboche." O presidente do sindicato de Brasília, Eduardo Araújo, também criticou. "“Caso os banqueiros insistam em retirar direitos e não conceder aumento real, não haverá alternativa aos bancários que não seja deflagrar greve por tempo indeterminado."
Os representantes dos bancários lembram que a Fenaban também não apresentou garantia contra contratações precárias, implementadas pela "reforma" trabalhista, nem quis discutir garantia de emprego. "Vivemos um momento de golpe no país. E temos de estar preparados. É nenhum direito a menos", afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, também da coordenação do Comando.
Também no setor público, as negociações enfrentam dificuldades. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, fez uma proposta em que retira vários direitos previstos no atual acordo coletivo. "Recebemos a proposta com grande espanto porque além de não atender as reivindicações dos empregados pela manutenção de direitos com a consignação de novas clausulas, como designação efetiva das funções e a incorporação aos 10 anos, ela ainda ignorou diversas clausulas garantidas historicamente", afirmou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Dionísio Reis.
Os bancários também votaram pela participação no Dia do Basta, nesta sexta-feira, 10 de agosto. Aprovaram paralisação parcial. A abertura das agências e de departamentos bancários será retardada em protesto contra os ataques aos direitos dos trabalhadores e contra o desemprego e a retirada de direitos. O Dia do Basta foi convocado pela CUT e demais centrais sindicais, com apoio das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e de vários movimentos sociais.