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Bancos garantem bônus de executivos de R$ 9 mi, mas querem reduzir PLR de bancários

Em mais uma dura rodada na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, representantes dos bancos insistiram em retirar direitos dos bancários

Publicado: 25 Agosto, 2022 - 10h55 | Última modificação: 25 Agosto, 2022 - 11h03

Escrito por: Cecília Negrão, SPBancarios | Editado por: Marize Muniz

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Em mais uma dura rodada na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, representantes dos bancos insistiram em retirar direitos dos bancários.

Enquanto os executivos têm garantidos pagamentos de bônus de quase R$ 9 milhões, a proposta feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em reunião nesta quarta-feira (24) à noite para o Comando Nacional dos Bancários, foi reduzir percentual distribuído para os bancários em Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A negociação continua nesta quinta (25). 

"Não vamos aceitar uma proposta rebaixada, com lucro para os trabalhadores abaixo da inflação, sendo que o lucro líquido dos maiores bancos no Brasil cresceu 190% acima da inflação entre 2003 e 2021, chegando a R$ 110 bilhões neste último ano", reagiu a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.

"O lucro dos executivos está garantido. E dos trabalhadores? Estão oferecendo apenas 40,7% do que reivindicamos, um absurdo", questiona a dirigente. 

Por outro lado, a remuneração per capita anual da diretoria executiva dos maiores bancos tem previsão de atingir R$ 8,9 milhões por diretor em 2022, com crescimento de 11,1% em relação a 2021 e 132 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (salário, 13º, férias, tickets, PLR).

“Em 1995, os bancos já chegaram a distribuir, em média, 14% dos lucros a título de PLR. No ano passado caiu para 6,6% e agora querem reduzir ainda mais! É um absurdo!”, criticou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.

Segundo Juvandia, no ano passado, foram distribuídos, em média, 45% dos lucros em dividendos aos acionistas e, para 2022, como disse Ivone, a média de remuneração anual da diretoria executiva dos maiores bancos é mais alta ainda. 

PLR - Enquanto a remuneração média real dos bancários subiu apenas 12% desde 2003, o lucro líquido real dos bancos subiu 222%. Apesar dos reajustes nos valores, mudanças nos parâmetros, introdução da parcela adicional, etc, os percentuais de distribuição caíram ao longo dos anos. Isso se deu em função do crescimento exponencial dos lucros dos bancos. Em 2021, por exemplo, os três maiores bancos privados distribuíram em média 6,6% de seus lucros, sendo que a distribuição da regra básica está próxima de 5% e da parcela adicional próxima de 1,6%, portanto muito abaixo dos 2,2% previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).