Bebianno diz que Guedes e Moro discutiram cargo no ministério antes das eleições
Ex-ministro desmente Moro que sempre afirmou que começou a negociar um cargo no governo Bolsonaro após o processo eleitoral de 2018
Publicado: 18 Novembro, 2019 - 15h29 | Última modificação: 18 Novembro, 2019 - 15h35
Escrito por: Redação CUT
O ex-ministro da Secretaria-Geral da República Gustavo Bebianno afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o então juiz Sérgio Moro se encontraram umas “cinco ou seis” vezes antes do segundo turno das eleições de 2018 para tratar da ida do comandante da Operação Lava Lato para o ministério da Justiça do governo de Jair Bolsonaro.
Moro, que durante o processo eleitoral vazou trechos de uma delação sem uma única prova do ex-ministro Antonio Palocci, o que prejudicou a candidatura do candidato do PT, Fernando Haddad, sempre afirmou que só conversou com membros da equipe de Bolsonaro depois das eleições.
A informação sobre as conversas é de Bebbiano, único ministro do PSL envolvido nas denúncias do uso de laranjas para o desvio do fundo partidário nas eleições de 2018 que foi demitido por Bolsonaro, foi revelada durante entrevista que ele deu ao jornalista Fábio Pannunzio, do canal TV Giramundo, no Youtube, neste domingo (17).
Bebiano conta que soube das tratativas em conversa com Guedes, no dia do segundo turno, na casa de Bolsonaro. Até então, ele acreditava que estava “a um passo” de ocupar o cargo de ministro da Justiça. Ele disse que não tem conhecimento da participação direta do presidente na negociação para Moro abandonar a magistratura e se transformar em ministro do governo que ajudou a eleger.
“O Paulo Guedes estava na sala e me puxa: ‘Bebianno, quero conversar com você um negócio importante’. Foi a primeira vez que mencionou que estava conversando com Moro. Ele contou que já tinha tido cinco ou seis conversas com Sergio Moro e que ele estaria disposto a abandonar a magistratura e aceitar esse desafio como ministro da Justiça”, relatou Bebianno.
A versão de Bebianno também reafirma a parcialidade de Moro enquanto juiz, na medida em que tomou decisões que impactaram no resultado da disputa, como o conteúdo de delação de Palloci e a prisão, sem crime e sem provas, do ex-presidente Lula no processo do tríplex do Guarujá.
Confira a íntegra da entrevista: