Belém: trabalhadores fecham PS e bloqueiam avenida contra falta de EPIs
Foi um pedido de socorro de quem não tem máscaras, aventais nem itens básicos de higiene como sabão para atender a população com segurança e também se proteger
Publicado: 16 Abril, 2020 - 11h14
Escrito por: Redação CUT
Trabalhadores e trabalhadoras do Pronto-Socorro (PS) Mário Pinotti, em Belém, no Pará, protestaram contra a falta de condições de trabalho e disseram, em ato realizado na noite desta quarta-feira (15), que é impossível atender a população com segurança por causa da constante falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
"Queremos EPI, queremos EPI", foram os gritos dos profissionais de saúde durante o ato, de acordo com matéria de Catarina Barbosa, do Brasil de Fato.
Segundo os trabalhadores do PS, o estoque de EPIs estava mais uma vez zerado. No dia 24 de março, um médico da unidade relatou ao BdF que o local não tinha EPIs e itens básicos de higiene como sabão para lavar as mãos.
"A situação do hospital é precária. Há muito tempo isso já vem sendo relatado. A prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde fazem vista grossa em relação a isso. Nós não temos o básico para se trabalhar. Nós não temos EPIs, nós não temos água, nós não temos sabão para lavar as mãos. Nós não temos material suficiente e exclusivo para esses pacientes que virão, ou seja, o material que a equipe utiliza de enfermagem, por exemplo, é compartilhado entre todos os pacientes do hospital", disse o médico na época.
Nesta quarta, uma trabalhadora que não quis se identificar disse ao BdF que os profissionais da saúde estão parando porque os governos do estado e do município não estão garantindo condições mínimas de trabalho. “Não tem avental impermeável, não tem máscara suficiente. Nós temos profissionais doentes, que estão sem atendimento. Não tem nem material para a gente cuidar dos pacientes", disse.