Bem Maior, filme sobre a importância da Petrobras para o povo e para o Brasil
Em cerca de 60 minutos de imagens, histórias e depoimentos de petroleiros, filme defende soberania do país e reafirma a Petrobras, que vem sofrendo ataques brutais, como o maior patrimônio do povo brasileiro
Publicado: 18 Outubro, 2019 - 09h15 | Última modificação: 18 Outubro, 2019 - 11h03
Escrito por: Redação CUT
Bem Maior é mais que um filme. É um documentário histórico com depoimentos emocionantes de petroleiros, ex-presidentes e ex-funcionários da Petrobras, além de jornalistas e especialistas em petróleo e gás que ressaltam a importância da estatal para o desenvolvimento econômico e sustentável do Brasil e para a vida dos brasileiros.
Produzido por Bianca Bortolani e Tassia Noveli, coordenado por Luana Moraes, o filme conta a luta dos brasileiros desde a época da criação da Petrobras, passando pelo período de fortes investimentos durante os governos Lula e Dilma, até a descoberta do Pré-Sal e a guerra de petrolíferas do mundo inteiro para controlar e explorar esta que é a terceira maior reserva do mundo.
O filme começa com uma série de breves depoimentos de petroleiros e petroleiras orgulhosos de trabalhar na estatal, como Juliane Bielak, que entrou na empresa em 2014. Ela conta que desde criança o pai lhe falava: “Olha lá, esse é o orgulho brasileiro”.
Outro depoimento é do ator Alexandre Borges, filho e sobrinho de petroleiro, que reforça: “Muita gente sonhava desde criança trabalhar na Petrobras”.
Bem Maior segue fazendo um resgate histórico, com belas imagens da empresa em várias partes do Brasil e uma narração contando a história da estatal, uma das dez maiores petrolíferas do mundo, e a luta de um grupo de nacionalistas para que o petróleo brasileiro não fosse controlado por interesses internacionais.
“São mais de 60 anos de uma empresa genuinamente brasileira, nascida da consciência de que um povo sem petróleo é um povo sem liberdade, sem independência”, diz o narrador, enquanto imagens do país e de fachadas da estatal em todo o território nacional são exibidas.
A sequência do documentário deixa de lado as emoções e lembranças dos orgulhosos petroleiros para dar início a uma sequência de depoimentos realistas e duros de especialistas na área, de jornalistas e de ex-presidentes da estatal lembrando das guerras que ocorreram no mundo pelo controle e exploração do petróleo e do ataque das petrolíferas internacionais ao Brasil e a empresa desde a descoberta do Pré-Sal.
“A gigante é violentada todo dia por interesses internacionais e o petróleo que era nosso passa para outras mãos”, diz o narrador, se referindo à onda de privatizações que começou depois do golpe de 2016.
“A Petrobras se torna menor e mais frágil, a soberania nacional corre perigo”.
Campanha
Conscientes de todo este cenário e da importância estratégia da Petrobras, trabalhadores lançam o movimento CHEGA, SEM A NOSSA ENERGIA, NÃO ROLA.
"Sem a Nossa Energia Não Rola” é um movimento apartidário, nascido da indignação de cidadãos brasileiros e da Associação Beneficente e Cultural dos Petroleiros (ABCP ) que se sentem na obrigação de mostrar para todos a importância estratégica de nosso petróleo para desenvolvimento do Brasil e o real papel da Petrobras nesse processo.
E segue o filme
Desde 1953, o petróleo brasileiro é um bem maior da nação e hoje, mais do que nunca, o Brasil precisa seguir lutando para ser livre e independente, segue a narração do filme Bem Maior.
O filme tem depoimentos de Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, do geólogo e ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, do jornalista José Trajano e do geofísico Alexandre Coelho. Eles falaram sobre a grandeza da estatal, de seu papel de indutora do desenvolvimento econômico e social do país, sobre a sua presença na área cultural, patrocinando livros, peças de teatro e filmes, além do futebol, até a guerra para controlar e explorar o pré-sal, “a maior descoberta do início do século 21”, como disse Estrella.
E para esse controle vale tudo, até espionagem e desenterrar velhos e antigos esquemas de corrupção para fragilizar a empresa e facilitar a sua venda.
“É uma guerra de formação de opinião”, afirma no filme o professor da PUC-SP, Ladislau Dowbor.
“O golpe no Brasil, a prisão de Lula”, diz o professor no filme, “faz parte de um ataque às grandes reservas de petróleo do Brasil”.
“O crime maior foi destruir a esperança”, complementa Ildo Sauer, que foi diretor de Gás e Energia da Petrobras.
O jornalista Paulo Henrique Amorim, que morreu em julho deste ano, também aparece no filme contando o caso WikiLeaks x José Serra, senador pelo PSDB de São Paulo.
PHA conta que serra foi flagrado no WikiLeaks prometendo à Chevron que ia mudar a política do PT em relação a Petrobras e isso significava entregar o Pré-Sal à empresa norte-americana.
“Um dos primeiros atos do governo golpista foi aprovar no Senado um projeto do Serra que tirava da Petrobras a prerrogativa de ter prioridade de exploração dos campos de pré-sal”, disse.
“Foi um ataque articulado à uma política que deu certo”, complementa Ladislau no filme.
Bob Fernandes, que denunciou em oito reportagens, publicadas na revista Carta Capital, o caso de espionagem e influência da Agência Americana de Inteligência (CIA) no Brasil, também gravou um depoimento para o filme Bem Maior.
“O petróleo é profundo, o noticiário é superficial”, disse.
Sérgio Gabrielli emendou desmentindo os dados das reportagens que falam sobre corrupção na estatal. Ele disse que fica indignado quando lê que em dez anos o custo da corrupção foi de cerca de R$ 6 bilhões de reais. “É o número gigantesco para qualquer padrão em todo o mundo. Fico indignado quando diz que tem uma corrupção de 6 bilhões de reais em 10 anos na Petrobras“.
Nesses dez anos, diz Gabrielli no filme, “a Petrobras faturou em média 300 bilhões de reais por ano, portanto em 10 anos ela faturou 3 trilhões de reais, 3 trilhões representa 0,05% do faturamento da Petrobras”.
O cientista político William no Zozaki acrescenta que “a narrativa da corrupção foi mobilizada de uma forma didática e ideológica para ganhar a opinião pública e criar uma justificativa do desmonte da empresa”.
“Tem uma combinação de fatores de uma constelação de elementos que acabou legitimando a narrativa da corrupção. E distorções provocadas pela Lava Jato e acabou responsabilizando a Petrobras pela corrupção”, diz William que em 2017 foi processado por Pedro Parente por denunciar relações do então presidente da Petrobras com empresas do setor financeiro interessadas em comprar os ativos da Petrobras.
Guilherme Estrella segue contando que, no Rio Grande do Sul, o estaleiro do Rio Grande, um negócio de primeiro mundo, foi vendido no mês passado como sucata. “E a gente mandando nossa plataforma para Singapura. Não dá”.
De acordo com ele, as investigações têm de prender os responsáveis pela corrupção, mas preservar as empresas que “dão trabalho, produzem economia, inteligência brasileira, 6.000 empregos por cada plataforma. Vamos separar o joio do trigo. Não pode colocar nas ruas 6 mil empregados porque o dono roubou”.
A petroleira Cibele Vieira, diretora do Sindicato dos Petroleiros do Estado de São Paulo e secretária de Juventude da CUT São Paulo, que entrou na Petrobras em 2002, lembra que, em 2014, no auge da crise provocada pela Lava Jato, os trabalhadores ficaram acuados, eram xingados nos aviões, nos restaurantes e o que aconteceu foi o desmonte.
“Tem refinarias que eles não deixam a gente trabalhar, reduzem a carga. Por quê? É um auto-boicote escancarado”.
O filme segue com outros depoimentos de trabalhadores falando de caça às bruxas, da ação da mídia para fazer a cabeça da opinião pública e como tudo isso é triste para eles que sabem que tudo isso é desculpa para privatizar a Petrobras. E encerra com outros desmentindo os argumentos que o governo vem dando para privatizar a maior empresa brasileira.