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BH: Metroviários realizam assembleia hoje, às 17h30, para definir os rumos da greve

Categoria luta contra a privatização da CBTU-MG, pela manutenção dos empregos e pela prestação de um bom serviço à , sem reajustes abusivos nas passagens

Publicado: 30 Março, 2023 - 14h02 | Última modificação: 30 Março, 2023 - 14h05

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

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Os trabalhadores e trabalhadoras do Metrô de Belo Horizonte, em greve contra a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-MG) - vendida em dezembro do ano passado para a concessionária Comporte -, pela manutenção dos empregos e pela prestação de um bom serviço à população, sem reajustes abusivos nas passagens, já completou mais de 30 dias, com alguns retornos ao trabalho em meio à intensa mobilização.

A categoria luta pelo futuro de cerca de 1.600 empregados da CBTU-MG. O contrato de compra e venda do metrô de BH prevê que a empresa vencedora não poderá demitir os trabalhadores sem justa causa pelo período de 12 meses. Os metroviários temem demissões após esse período. Temem ainda que a população seja prejudicada com aumento nos valores das tarifas e queda na qualidade da prestação do serviço. 

Após 34 dias de greve, inclusive durante o Carnaval, os trabalhadores voltaram a trabalhar no último ia 20, mas uma nova paralisação foi definida na mesma semana.

Nesta quinta-feira (30), os trabalhadores do Metrô de BH farão uma nova assembleia, às 17h30, para definir os rumos da greve.

A direção do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), por meio de nota, acusou Comporte de apresentar “propostas esdrúxulas e práticas antissindicais”.

De acordo com os sindicalistas, a direção da Comporta descumpriu acordo trabalhista e impediu a entrada de diretores do sindicato nas dependências da empresa.

Ainda de acordo com a direção do sindicato, trabalhadores da CBTU-MG que prestam serviço no Rio de Janeiro teriam recebido telegrama determinando que se apresentem na sede de BH até 30 de março. O sindicato afirma que 250 servidores encontram-se cedidos a órgãos governamentais no estado vizinho.

Trens estão circulando hoje

De acordo com nota da concessionária Comporte, nesta quinta, apesar da paralisação dos metroviários, os trens estão circulando com intervalos de 12 a 15 minutos nos horários de pico e 20 a 25 minutos nos demais horários.

O metrô de BH é utilizado diariamente por cerca de 100 mil pessoas na capital e em Contagem, na região metropolitana. Nessa quarta-feira (29), os trens pararam de circular às 20h30, mas ainda não há informações se a redução na circulação também será adotada hoje.

Caravana a Brasília

Dirigentes sindicais aguardam formalização de  propostas discutidas com ministros do governo Lula, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Na caravana realizada ao Distrito Federal, com a a presidente do Sindimetro/MG, Alda Lúcia dos Santos, o secretário-Geral, Daniel Glória, e o diretor Sérgio Leôncio foram recebidos pelos ministros Rui Costa e Márcio Macedo.

Os sindicalistas relataram todos os problemas da privatização do Metrô de BH, inclusive os vícios encontrados no edital. Os ministros responderam que não teriam mais como adiar a assinatura de repasse da CBTU-MG para a empresa Comporte, ligada aos empresários do transporte rodoviário de passageiros, exceto se o sindicato apresentasse fatos novos, o que já foi providenciado junto à assessoria jurídica do Sindicato, diz nota do Sindimetro/MG. Em relação aos trabalhadores que serão demitidos, o Sindicato solicitou a revogação da Portaria 206, no inciso que não permitia a transferência de trabalhadores para outras unidades da empresa no Brasil. Os ministros ficaram de analisar essa reivindicação e pediram para o Sindicato fazer uma proposta detalhada de cada trabalhador sobre o desejo de serem transferidos para outra unidade da CBTU ou para outra empresa pública federal dentro da grande BH, com a opção também de entrarem em um Programa de Demissão Voluntária (PDV), principalmente para os aposentados, e ainda, a possibilidade de aumentar o tempo de estabilidade dentro da própria empresa que assumirá o metrô em Belo Horizonte.