Bolsonarista Daniel Alves, que já deu 3 versões sobre estupro, quer depor de novo
Jogador bolsonarista foi transferido de prisão hoje cedo por motivos de segurança. Jovem que o acusa de estupro diz que não quer indenização, só a prisão do agressor
Publicado: 23 Janeiro, 2023 - 16h07 | Última modificação: 23 Janeiro, 2023 - 16h47
Escrito por: Redação CUT
O jogador bolsonarista Daniel Alves, preso preventivamente na Espanha desde sexta-feira (20), sem direito a fiança, acusado de estupro por uma jovem de 23 anos, pediu para depor novamente, após dar quatro versões diferentes sobre a agressão sexual que teria ocorrido em uma boate, em Barcelona, na noite do dia 30 de dezembro. O atleta nega o crime, mas nao explica as diversas versões que deu.
Já a vítima, segundo a Justiça, foi contundente e manteve a primeira versão em todos os depoimentos dados à polícia e à Justiça. Ela também renunciou ao direito de pedir uma indenização em dinheiro como forma de compensação pela agressão. Quer justiça, ou seja, que o jogador pague com a prisão, segundo o jornal espanhol El País.
Na manhã desta segunda-feira (23), Daniel Alves foi transferido para a prisão de Brians 2, a poucos metros de Brians 1, onde estava preso. Segundo as autoridades locais, a decisão foi tomada por motivos de segurança. Como a Brians 2 tem cerca de 80 detentos por módulo, contra quase 200 de Brians 1, o impacto da presença do brasileiro na rotina normal de funcionamento da prisão seria menor.
Tatuagem íntima foi decisiva para prisão de Daniel Alves
A vítima descreveu da tatuagem de uma meia-lua na parte inferior do abdômen de Daniel Alves, que vai desde o abdômen até a zona genital. A descrisão ajudou a convencer a Justiça espanhola que o jogador ficou sem roupa no banheiro da boate de Barcelona, ao contrário do que ele dizia, segundo o jornal El Mundo, da Espanha.
Em seu depoimento, a vítima disse que conseguiu ver a tatuagem quando Daniel Alves tentou forçá-la a fazer sexo oral.
Em uma das versões dadas em depoimento, o jogador disse que estava sentado no vaso sanitário, vestido, e que foi abordado pela mulher que invadiu a cabine e sentou em seu colo.
A juíza, então, questionou o jogador sobre a tatuagem: como a vítima conseguiu ver a meia-lua se ele não havia se levantado e, portanto, estaria com a tatuagem coberta pela camisa? Daniel Alves mudou a sua versão e admitiu que se levantou quando a vítima entrou na cabine.
As versões de Daniel Alves
- No primeiro depoimento, o jogador disse que não sabia quem era a jovem que o acusava de estupro. Ele chegou a enviar um vídeo para um canal de TV espanhol em 5 de janeiro com essa versão.
- Depois, intimado a depor, Daniel Alves mudou a versão. Disse que manteve relações sexuais com a mulher, mas de forma consentida. Novamente ele negou a agressão sexual.
- Diante da juíza do caso, o brasileiro disse que estava no banheiro quando a mulher entrou e que não houve relação sexual.
- Ao promotor, ele afirmou que não soube o que fazer e que ficou parado quando ela entrou no banheiro. Depois, o lateral teria respondido à acusação alegando que a jovem pulou em cima dele, fez sexo oral nele e que não falou nada antes para "protegê-la".
De acordo com um site espanhol tem imagens câmeras de segurança da boate, que mostram Daniel Alves chega com um amigo por volta das 2h00 à boate Sutton. Eles aparecem conversando e dançando com várias mulheres.
Às 4h22, a vítima é vista indo ao banheiro e é seguida por Daniel Alves segundos depois.
Eles ficaram no banheira cerca de 15 minutos.
Daniel Alves e o amigo foram filmados deixando a boate 10 minutos depois. Segundo a publicação, a mulher então "começou a chorar descontroladamente" e foi consolada pelas amigas, que alertaram os funcionários do local. A Boate Sutton teria acionado o "protocolo de proteção a vítimas de assédio" e tentou encontrar Daniel Alves, mas sem sucesso.
Na sexta-feira, em novo depoimento a vítima deu detalhes da agressão, segundo a imprensa espanhola.
- A denunciante disse que, por volta das 2h da manhã, foi com duas amigas à boate 'Sutton' e foi convidada por amigos para entrar na área VIP;
- Lá estava o jogador, que teria inicialmente paquerado de forma inconveniente a jovem e outras mulheres;
- Por volta de 4h da manhã, ela foi até o banheiro e o jogador foi atrás dela;
- A mulher disse que ele falava coisas em português que não conseguia entender;
- A vítima disse que Alves agarrou com força a mão dela e a colocou sobre seu pênis;
- Após isso, ela tentou sair de lá, mas foi impedida pelo jogador;
- Alves teria sentado em um vaso sanitário e a obrigado a sentar em seu colo;
- Ao resistir, ele a teria jogado no chão e a forçado a fazer sexo oral nele;
- Como ela reagiu novamente, Alves bateu nela, a levantou do chão e a penetrou com força até ejacular;
- Depois, o jogador teria dito para ela ficar ali, que ele iria sair primeiro do banheiro.