Escrito por: Redação CUT

Bolsonarista Daniel Alves, que já deu 3 versões sobre estupro, quer depor de novo

Jogador bolsonarista foi transferido de prisão hoje cedo por motivos de segurança. Jovem que o acusa de estupro diz que não quer indenização, só a prisão do agressor

Lucas Figueiredo / CBF/Divulgação

O jogador bolsonarista Daniel Alves, preso preventivamente na Espanha desde sexta-feira (20), sem direito a fiança, acusado de estupro por uma jovem de 23 anos, pediu para depor novamente, após dar quatro versões diferentes sobre a agressão sexual que teria ocorrido em uma boate, em Barcelona, na noite do dia 30 de dezembro. O atleta nega o crime, mas nao explica as diversas versões que deu. 

Já a vítima, segundo a Justiça, foi contundente e manteve a primeira versão em todos os depoimentos dados à polícia e à Justiça. Ela também renunciou ao direito de pedir uma indenização em dinheiro como forma de compensação pela agressão. Quer justiça, ou seja, que o jogador pague com a prisão, segundo o jornal espanhol El País.

Na manhã desta segunda-feira (23), Daniel Alves foi transferido para a prisão de Brians 2, a poucos metros de Brians 1, onde estava preso. Segundo as autoridades locais, a decisão foi tomada por motivos de segurança. Como a Brians 2 tem cerca de 80 detentos por módulo, contra quase 200 de Brians 1, o impacto da presença do brasileiro na rotina normal de funcionamento da prisão seria menor.

Tatuagem íntima foi decisiva para prisão de Daniel Alves 

A vítima descreveu da tatuagem de uma meia-lua na parte inferior do abdômen de Daniel Alves, que vai desde o abdômen até a zona genital. A descrisão ajudou a convencer a Justiça espanhola que o jogador ficou sem roupa no banheiro da boate de Barcelona, ao contrário do que ele dizia, segundo o jornal El Mundo, da Espanha.

Em seu depoimento, a vítima disse que conseguiu ver a tatuagem quando Daniel Alves tentou forçá-la a fazer sexo oral.

Em uma das versões dadas em depoimento, o jogador disse que estava sentado no vaso sanitário, vestido, e que foi abordado pela mulher que invadiu a cabine e sentou em seu colo.

A juíza, então, questionou o jogador sobre a tatuagem: como a vítima conseguiu ver a meia-lua se ele não havia se levantado e, portanto, estaria com a tatuagem coberta pela camisa? Daniel Alves mudou a sua versão e admitiu que se levantou quando a vítima entrou na cabine.

As versões de Daniel Alves

- No primeiro depoimento, o jogador disse que não sabia quem era a jovem que o acusava de estupro. Ele chegou a enviar um vídeo para um canal de TV espanhol em 5 de janeiro com essa versão.

- Depois, intimado a depor, Daniel Alves mudou a versão. Disse que manteve relações sexuais com a mulher, mas de forma consentida. Novamente ele negou a agressão sexual.

- Diante da juíza do caso, o brasileiro disse que estava no banheiro quando a mulher entrou e que não houve relação sexual.

- Ao promotor, ele afirmou que não soube o que fazer e que ficou parado quando ela entrou no banheiro. Depois, o lateral teria respondido à acusação alegando que a jovem pulou em cima dele, fez sexo oral nele e que não falou nada antes para "protegê-la".

De acordo com um site espanhol tem imagens câmeras de segurança da boate, que mostram Daniel Alves chega com um amigo por volta das 2h00 à boate Sutton. Eles aparecem conversando e dançando com várias mulheres.

Às 4h22, a vítima é vista indo ao banheiro e é seguida por Daniel Alves segundos depois. 

Eles ficaram no banheira cerca de 15 minutos.

Daniel Alves e o amigo foram filmados deixando a boate 10 minutos depois. Segundo a publicação, a mulher então "começou a chorar descontroladamente" e foi consolada pelas amigas, que alertaram os funcionários do local. A Boate Sutton teria acionado o "protocolo de proteção a vítimas de assédio" e tentou encontrar Daniel Alves, mas sem sucesso.

Na sexta-feira, em novo depoimento a vítima deu detalhes da agressão, segundo a imprensa espanhola.