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Bolsonaro corta R$ 8,2 bi da Educação e da Saúde e aumenta gastos com publicidade

Diário Oficial deve publicar nesta quarta-feira (1º), lei que aumenta gastos com publicidade oficial em R$ 25 milhões, enquanto recursos para Educação, Saúde e Ciências e Tecnologia foram congelados

Publicado: 01 Junho, 2022 - 10h42 | Última modificação: 01 Junho, 2022 - 18h32

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Edson Rimonatto/CUT
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Dias depois de anunciar um corte de R$ 8,2 bilhões no Orçamento da União, atingindo especialmente recursos que deveriam ir para a Educação, Ciência e Tecnologia e Saúde, entre outras pastas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou, nesta terça-feira (31), nova lei que permite ao gestor público gastar seis vezes mais do que a média mensal dos últimos três anos em publicidade oficial neste ano. 

O governo federal aumentou em R$ 25 milhões os recursos para despesas com publicidade justamente no ano em que o presidente tenta se reeleger.

Enquanto isso, outras pastas perdem milhões. Segundo levanamento feito pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão de assessoramento do Senado, com base em um decreto publicado na terça-feira no Diário Oficial da União, os cortes nos ministérios foram os seguintes (por ordem de valores):

- Educação: R$ 2 bilhões

- Ciência, Tecnologia e Inovações: R$ 1,8 bilhão

- Saúde: R$ 1,6 bilhão

- Defesa: R$ 1 bilhão

- Infraestrutura: R$ 455,5 milhões

- Agricultura, Pecuária e Abastecimento: R$ 276,7 milhões

- Cidadania: R$ 256,7 milhões

- Relações Exteriores: R$ 187 milhões

- Comunicações: R$ 141,7 milhões

- Justiça e Segurança Pública: R$ 140,8 milhões

- Minas e Energia: R$ 58,5 milhões

- Turismo: R$ 54,8 milhões

- Mulher: R$ 22,9 milhões

- Economia: R$ 871 mil

Além dos ministérios, os bloqueios atingiram a Presidência da República (R$ 35,4 milhões) e o Banco Central (R$ 29,1 milhões).

Houve ainda bloqueio de R$ 888,3 milhões das chamadas emendas de relator —as emendas do chamado "orçamento secreto, alvos de polêmica.

Ao mesmo tempo, conforme o levantamento da IFI, o decreto previu mais recursos para o Ministério do Desenvolvimento Regional (R$ 657 milhões) e para o Ministério do Trabalho e Previdência (R$ 331 milhões).

Com isso, chegou-se à cifra de R$ 8,2 bilhões bloqueados.

Lei sobre gastos com publicidade

A legislação atual diz que os gastos com publicidade não podem ser maiores que a média dos gastos do primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem a eleição. Bolsonaro aumentou para seus vezes mais,

De acordo com comunicado divulgado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, que fez referência aos gastos com publicidade durante a pandemia de Covid-19, é proibido “publicidade institucional de atos e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais e de suas respectivas entidades da administração indireta destinados exclusivamente ao enfrentamento da pandemia”.

O Projeto de Lei nº 4.059, de 2021, também estabelece que as mesmas regras para contratação de contratos de publicidade pela administração pública servirão para serviços de comunicação.

Serviços como assessoria de imprensa, relações públicas e produção de conteúdo para as redes sociais de órgãos do governo devem observar critérios como “melhor técnica” e/ou “técnica e preço”. Atualmente, o governo federal utiliza a modalidade de pregão para a contratação desses serviços.

“De acordo com a proposição legislativa, a medida é necessária para fins de adequar as modalidades e tipos de licitações mais apropriados para a contratação de serviços de comunicação institucional, e que possibilitem a verificação da capacidade técnica da futura contratada com o intuito de evitar despender recursos públicos em contratações baseadas unicamente em preços, que não gerem resultado e eficiência”, diz o comunicado da Secretaria-Geral em outro trecho.

A sanção presidencial, que segundo o comunicado, “possibilitará aprimorar e otimizar o uso dos recursos públicos em contratações de serviços de comunicação’, deve ser publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (1º de junho).

Com informações do Congresso em Foco.