Escrito por: Redação CUT
Ex-presidente foi ouvido por duas horas na Polícia Federal sobre atos golpistas. Ele negou as acusações e afirmou que postou sem querer o vídeo que questionava o sistema eleitoral brasileiro
O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (26), durou cerca de duas horas. Segundo seu advogado Paulo Cunha Bueno, ele negou que tenha incentivado os atos golpistas de 8 de janeiro em que seus seguidores destruíram às sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto em Brasília.
Para os investigadores um vídeo publicado no dia 10 de janeiro em que Bolsonaro questionava a lisura do processo eleitoral brasileiro comprovaria seu estímulo à tentativa de golpe no país para impedir o terceiro mandato do presidente Lula (PT).
Nas duas horas de depoimento, Bolsonaro, que chegou às 8h50 e saiu da PF às 11h20, disse, segundo seus advogados, que em vez de salvar um arquivo para posteriormente poder visualizá-lo e assisti-lo integralmente, ele postou “sem querer” o vídeo. A argumentação é que ele estaria sob efeito de remédios, por ter sido internado.
No entanto, o próprio advogado do ex-presidente afirmou que “Essa postagem foi feita de forma equivocada, tanto que, pouco tempo depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou essa postagem. O que se deduz que Bolsonaro só retirou o vídeo após ser alertado de que traria implicações jurídicas.
O ex-presidente teve que depor na PF, após a ordem do ministro Alexandre de Moraes, que apura os atos golpistas. Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República feito quando Bolsonaro ainda estava nos Estados Unidos, onde ficou por três meses depois de sair do governo. Com a volta dele do exterior no dia 30 de março, Moraes mandou marcar a audiência. e deu prazo de 10 dias para a PF ouvir o ex-presidente.
Este é o segundo depoimento que o ex-presidente presta à Polícia Federal este mês. Ele teve de explicar por mais de três horas o caso das joias no valor de R$ 16,5 milhões que recebeu do governo da Arábia Saudita, após sua visita ao país em que negociou a um preço abaixo do mercado a venda da refinaria Rlam, na Bahia. Hoje o estado tem os combustíveis mais caros do país.
Bolsonaro também negou que tenha recebido o presente e que só soube do caso das joias no final de novembro ou início de dezembro de 2022 e que o então ministro de Energia, Almirante Bento Albuquerque, recebeu joias do governo saudita em outubro de 2021; que não se recordava quem contou a ele mas que é possível que tenha sido alguém do Ministério de Minas, e que essa pessoa o alertou sobre o fato das joias terem sido retidas pela Receita Federal.
Com informações do G1