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Bolsonaro duvida de assassinato de cacique e critica ‘excesso’ de  reservas

Ele disse ainda que reservas inviabilizam agronegócio e que vai legalizar o garimpo no país, liberando a atividade em terras indígenas. Só não explicou como o garimpo vai ajudar o agronegócio

Publicado: 29 Julho, 2019 - 15h15 | Última modificação: 29 Julho, 2019 - 15h35

Escrito por: Redação CUT

Alex Capuano/CUT
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Para Jair Bolsonaro (PSL) não há indícios de que o cacique Emyra Wajãpi, encontrado morto a facadas na madrugada da sexta-feira (26), tenha sido assassinado, apesar de indígenas terem relatado invasão de garimpeiros armados na reserva da etnia Wauãpi, no Amapá.

“Não tem ainda nenhum indício forte de que esse índio foi assassinado lá. Chegaram várias possibilidades, a PF [Polícia Federal] está lá....para desvendar o caso e buscar a verdade sobre isso aí”, disse em entrevista na saída do Palácio da Alvorada.

A declaração foi dada nesta segunda-feira (29), quando Bolsonaro aproveitou também para criticar o excesso de reservas indígenas no país, disse que isso está “inviabilizando o agronegócio” e voltou a afirmar que vai legalizar o garimpo no país, liberando a atividade em terras indígenas, mas não explicou como a liberação do garimpo nessas áreas pode ajudar o agronegócio.

"Esses territórios estão nas mãos dos índios, mais de 90% nem sabem o que tem lá e mais cedo ou mais tarde vão se transformar em outros países. Está na cara que isso vai acontecer, a terra é riquíssima. Por que não legalizaram indígena em cima de terra pobre? Não existe. Há um interesse enorme de outros países de ganhar, de ter para si a soberania da Amazônia", disse o presidente.

Para Bolsonaro, as terras indígenas demarcadas no Brasil ficam em áreas riquíssimas e as Organizações Não Governamentais (ONGs) estrangeiras são contra a exploração de garimpo porque querem que os índios continuem "presos num zoológico animal" e querem "ter para si a soberania da Amazônia".

Em nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou, no domingo, que a Polícia Federal abriu inquérito para apurar a morte do cacique. De acordo com a nota, os policais não encontraram nenhum indício de garimpeiros armados.  Equipes da PF, da Funai e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Estado chegaram apenas no domingo (28) à terra indígena, uma área isolada no oeste do Amapá.

Projeto de Lei

O governo prepara um projeto de lei para ser encaminhado ao Congresso alterando a legislação que trata de terras indígenas para permitir o garimpo. Durante o final de semana, em entrevistas, Bolsonaro afirmou que está buscando parcerias com países de “primeiro mundo” para fazer a exploração mineral dessas regiões.