MENU

Bolsonaro e cúpula da Caixa sabiam dos assédios de Pedro Guimarães

Bolsonaro chegou a conversar com o presidente da Caixa há cerca de um mês sobre as denúncias, mas estava preocupado apenas com o vazamento. Já o comando da Caixa acobertou e ofereceu promoções a quem se calasse

Publicado: 29 Junho, 2022 - 12h25 | Última modificação: 29 Junho, 2022 - 14h21

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Isac Nóbrega/PR
notice

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e a cúpula da Caixa Econômica Federal sabiam das denúncias de assédio sexual contra o presidente da instituição, Pedro Guimarães, assim como o comando da instituição.

Leia mais: Contraf-CUT exige saída imediata do presidente da Caixa, acusado de assédio sexual

Muito antes do site Metrópoles divulgar que cinco bancárias tinham denunciado Guimarães ao Ministério Público Federal (MPF), nesta terça-feira (28), as denúncias já eram de conhecimento do Palácio do Planalto e da equipe presidencial, diz o jornalista Valdo Cruz, do G1.

Bolsonaro chegou a conversar com o presidente da Caixa há cerca de um mês sobre o caso, alertando que se algo fosse comprovado e viesse a público, ele seria demitido, segundo relato de um assessor ao jornalista.

A diretoria executiva da Caixa Econômica Federal também sabia, desde 2019, dos casos de assédio que começaram logo que Pedro Guimarães assumiu a presidência e se aproximou de Bolsonaro.

O comando da instituição não só acobertou as denúncias como ofereceu  promoções, segundo relato de três ex-integrantes dos conselhos de Administração e Fiscal da instituição ao blog de Ana Flor, do G1.

Mulheres vítimas do assédio que aceitavam não levar adiante as denúncias foram transferidas, receberam cargos em outras instituições públicas ou ficavam temporadas no exterior, em cursos, diz a colunista.

Segundo ela, um segurança foi demitido depois de flagrar um assédio de Guimarães a uma assessora dentro de um carro na garagem do banco.

Pedro Maluco

De acordo com o Código Penal (art. 216-A), o assédio sexual é crime. Crime de “constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.

Esse crime era de conhecimento de pessoas que trabalham no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional. Ninguém fez nada. Nem demitir o assediador.

Mas, entre eles, chamavam o presidente da Caixa de de “Pedro Maluco”, segundo Valdo Cruz.