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Haddad: Vamos salvar o país do pior

Em ato no teatro da PUC, Haddad definiu Bolsonaro como anti-ser humano e falou sobre a defesa da democracia e a importância de rejeitar, neste momento histórico, a intolerância e a repressão

Publicado: 23 Outubro, 2018 - 11h44 | Última modificação: 23 Outubro, 2018 - 14h20

Escrito por: Redação CUT

Ricardo StuckertRicardo Stuckert

 

Ato da Virada no Tuca - Agora somos todos Haddad e Manuela” reuniu, nesta segunda-feira (22), teatro da Pontificia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), centenas de pessoas preocupadas com os ataques à democracia que vêm sendo praticados pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), seus familiares e seguidores lotaram as cadeiras, os corredores e a rua em frente ao teatro. Foi mais um passo do movimento de resistência contra o fascismo que está criando uma frente ampla pelos direitos e pela democracia, representada, defendida e encarada como prioridade pelo candidato petista Fernando Haddad.

No ato, mais uma vez, Haddad provocou Bolsonaro que se recusa a debater as propostas para a recuperação da economia, geração de emprego e renda, enfim, qual o caminho que o país vai seguir.

E, pela primeira vez desde a redemocratização do país não haverá debate direto entre os candidatos a presidente do segundo turno da eleição.

"Jair Bolsonaro (PSL) ameaçou a integridade física dos seus opositores. Disse que serão presos e exilados (...) Ele é o anti humano. Tudo que precisa ser varrido da face da Terra. Vamos varrer sem dó no dia 28. Vamos varrer o fascismo", disse Haddad para o público formado por cientistas, artistas, estudantes, torcidas organizadas de futebol, jornalistas e trabalhadores que apoiam a sua candidatura a presidente da República. O que une todos é a luta contra a ameaça da volta do autoritarismo, da tortura e da repressão representada pelo candidato de extrema direita que se recusa a debater suas ideias.

Haddad falou também sobre o posicionamento da candidata derrotada no primeiro turno, Marina Silva, fundadora da Rede, que horas antes do evento  declarou seu apoio a sua candidatura.

"Liguei para Marina Silva para conversar sobre o futuro. Minutos depois ela disse que votaria no 'professor' Haddad. Isso vai acontecer com muita gente até domingo. Só precisamos de uma tomada de ar puro para salvarmos o Brasil desse pesadelo que se chama Jair Bolsonaro. Uma pessoa que não representa nada de bom."

O petista encerrou sua fala com frases como “a nossa candidatura representa a luta democrática”, “a gente quer ganhar essa eleição” e “vamos salvar o País do pior”.  

Futebol e música

Destaque do ato pela democracia no Tuca, 69 torcidas organizadas e coletivos de futebol do país manifestaram seu apoio a Haddad. Torcedores de Corinthians, Palmeiras e de outros clubes ergueram bandeiras e gritaram em apoio ao candidato.

Apresentações teatrais e até mesmo um inusitado número musical, liderado pelo jurista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, dividiram espaço no palco com nomes ilustres da ciência, de diferentes religiões, do movimento sindical e da sociedade civil organizada. "A escuridão não chega ao meio dia, chega no final. Temos que resistir e acreditar na vitória. A utopia é como o horizonte. Damos dez passos o horizonte dá mais dez. A utopia serve para caminharmos juntos e assim vamos até o dia 28", disse Kakay.

Frente ampla

Antes de Haddad falou a candidata à vice-presidência em sua chapa, Manuela d'Ávila (PCdoB). " Faremos a escolha entre democracia, liberdade e desenvolvimento, ou não. Se o pacto democrático de 1988 vale ou não. Que as pessoas que não concordam conosco, sigam sem concordar, mas que defendam a democracia, a liberdade", argumentou, sobre a necessidade da defesa, para além da candidatura petista, das garantias constitucionais firmadas após o fim da ditadura civil-militar (1964-1985), que vêm sendo abertamente atacadas por Bolsonaro.

"Podemos falar das mulheres que amam e acolhem seus filhos, na diversidade sexual, dos meninos negros mortos. Já seriam razões fortes para construirmos a resistência. Temos a possibilidade da construção de um projeto soberano para esse país. Trabalho valorizado e não em condições de escravidão. Estamos falando de investimentos públicos em Saúde e Educação. Já seriam razões para nossa resistência", concluiu Manuela.

O neurocientista Miguel Nicolelis fez uma defesa da importância do Estado e alertou o público sobre o teor nocivo das propostas de Bolsonaro para o desenvolvimento da pesquisa brasileira. "O Brasil foi considerado um país onde seria possível uma democracia para todos. Hoje peço a todos que lembrem que, dependendo do resultado, não teremos mais ciência. Um país sem ciência é condenado à perda da soberania. Peço um voto pela civilização, pela democracia e pelo Brasil."

Falando pela juventude, lideranças de movimentos sociais realizaram um jogral liderados pela presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias. "Somos milhões e estamos firmes. Acreditamos na potência do nosso povo. Acreditamos na força das nossas universidades. O Brasil não vai escolher o caminho do retrocesso, do ódio e da violência. O Brasil não vai escolher o fascismo. No lugar das armas, escolas. No lugar do preconceito, políticas de inclusão. No lugar da privatização, defesa do nosso patrimônio. No lugar do passado, desenvolvimento. No lugar da ditadura, democracia. É esse o Brasil que vamos construir juntas e juntos."

Com apoio redação RBA