Escrito por: Redação CUT
E as campanhas agora são institucionais, ou seja, com informações sobre os feitos da gestão, para audar a levantar a popularidade do presidente
Em segundo lugar em todas as pesquisas de intenções de voto, com risco de perder a eleição já no primeiro turno, como mostrou a última rodada da pesquisa Datafolha, o governo de Jair Bolsonaro (PL) esquece rixa com a TV Globo e aumenta em 75% os gastos com publicidade na emissora que já chegou a chamar de “Globo lixo”.
A Globo recebeu entre 1º de janeiro e 21 de junho do ano passado, R$ 6,5 milhões em valores líquidos para veicular materiais publicitários.
No mesmo período deste ano, o valor aumentou para R$ 11,4 milhões (75%), segundo dados da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom), órgão responsável pelas contratações na área de publicidade e propaganda do governo, divulgados pelos UOL.
Juntas, Globo, SBT, Rede TV, Record e Band receberam R$ 33 milhões no primeiro semestre. É o maior valor desde 2009, quando foram pagos R$ 30,4 milhões em valores líquidos. O montante destinado à TV Globo nesses primeiros seis meses do ano superou o pago à Record e à SBT, emissoras próximas do presidente Jair Bolsonaro.
Campanhas institucionais
O modelo de propaganda também mudou. Em 2021, as inserções publicitárias veiculavam mais informações de “utilidade pública”. Este ano o foco são as propagandas institucionais, que são aquelas que contém informações sobre os feitos da gestão e têm como objetivo ajudar a levantar a popularidade do presidente, que continua em baixa - 48% dos brasileiros avaliam o governo Bolsonaro como ruim ou péssimo, segundo o último Datafolha.
Em 2021, foram 46 propagandas de utilidade pública e 10 para materiais institucionais na TV Globo. Neste ano, entre janeiro e junho, foram 72 campanhas institucionais e somente duas de utilidade pública. Na Record, o volume de materiais institucionais saiu de seis para 53.
Os recursos destinados à TV Globo passaram a aumentar depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) obrigou a Secom a direcionar os investimentos com propaganda de acordo com critérios técnicos, como os números de audiência dos veículos de comunicação.