Bolsonaro perde 15 pontos de popularidade em três meses, aponta Ibope
É o pior desempenho de um presidente deste o fim da ditadura. O percentual do que dizem confiar em Bolsonaro também caiu, de 62% para 49% entre janeiro e março. Já a desconfiança saltou de 30% para 44%
Publicado: 20 Março, 2019 - 17h55 | Última modificação: 20 Março, 2019 - 18h09
Escrito por: Redação CUT
A aprovação da gestão de Jair Bolsonaro (PSL) caiu 15 pontos em 60 dias, segundo pesquisa do Ibope divulgada nesta quarta-feira (20) pelo jornalista José Roberto de Toledo, da revista Piauí.
Em janeiro, 49% dos brasileiros consideravam sua administração boa ou ótima, em fevereiro caiu para 39% e agora está em 34%.
Outros 24% dizem que seu governo é ruim ou péssimo, 34% consideram que é regular, e 8% não souberam ou não quiseram responder.
O início do mandato de Bolsonaro é o pior desde a redemocratização do Brasil. Os ex-presidentes Fernando Collor de Mello, Lula, Fernando Henrique e Dilma Rousseff conseguiram índices maiores nos primeiros meses de governo.
Nos seus primeiros mandatos, Dilma, Lula, Fernando Henrique e Collor sustentaram taxas mais altas do que os 34% de Bolsonaro nos meses iniciais. Só nos segundos mandatos de FHC e Dilma, depois de quatro anos dos primeiros mandatos, a popularidade foi menor do que 34%, lembra o jornalista.
Ainda segundo José Roberto de Toledo, os 34% de ótimo/bom de Bolsonaro equivalem à taxa de José Sarney em março de 1987, quando haviam decorrido dois anos de mandato do primeiro presidente civil depois do golpe de 1964.
Ou de Fernando Henrique Cardoso em maio de 1997, com dois anos e três meses de governo.
Já Fernando Collor precisou de nove meses e do confisco das contas correntes e da poupança para chegar aonde Bolsonaro chegou em três meses. Após o impeachment, Itamar herdou o governo de Collor e boa parte de sua impopularidade, assim como Michel Temer manteve o legado de impopularidade de Dilma Rousseff.
Confiança
O percentual dos que dizem confiar em Bolsonaro caiu de 62% para 49% entre janeiro e março.
Já a desconfiança saltou de 30% para 44%. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, a confiança em Bolsonaro está a um ponto percentual de um empate técnico com a desconfiança (no limite, essas taxas são hoje de 47% e 46%, respectivamente).
53% dos nordestinos e os moradores das grandes cidades desconfiam de Bolsonaro. Quem sustenta a confiança no presidente são, principalmente, os evangélicos, os mais ricos, os homens e os moradores do Sul.