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Bolsonaro pode ser investigado por contratar funcionários fantasmas na Câmara

Procurador encaminhou à PGR denúncia por improbidade administrativa e peculato. Filha de Fabrício Queiroz foi contratada por Bolsonaro para trabalhar no gabinete em Brasília, mas era personal trainer no RJ

Publicado: 28 Fevereiro, 2019 - 16h05 | Última modificação: 28 Fevereiro, 2019 - 16h09

Escrito por: Redação CUT

Reprodução
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O procurador Carlos Henrique Martins de Lima, do Ministério Público do Distrito Federal, enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) denúncias contra Jair Bolsonaro (PSL) por suspeita de contratação de funcionários fantasmas para trabalhar em seu gabinete da Câmara dos Deputados.

O caso envolve a ex-assessora Nathália Melo de Queiroz, filha de Fabrício Queiroz, suspeito de atuar como “laranja” do senador Flávio Bolsonaro para quem trabalhou exercendo as funções de motorista e segurança. Queiroz já é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por movimentações financeiras suspeitas. Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz movimentou R$ 7 milhões em três anos

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Lotada no gabinete de Jair Bolsonaro em Brasília entre dezembro de 2016 e outubro 2018, Nathália trabalhava como personal trainer – em horário comercial – no Rio de Janeiro. Em Brasília, seu chefe, o então deputado Bolsonaro atestava a presença dela em período integral, por 40 horas semanais.

 

A PGR pode abrir investigações por peculato (desvio de dinheiro público) e improbidade administrativa, se entender que os indícios apontados pelo procurador Martins de Lima são fortes.

Na representação, o procurador cita outro caso envolvendo uma servidora de Bolsonaro que tramita na PGR – Walderice da Conceição, a Wal do açaí,  exonerada após uma reportagem da Folha de S. Paulo mostrar que ela dava vendia açaí em uma banca no Rio de Janeiro.

A ação pode tramitar na esfera cível, já que a Constituição impede que o presidente em exercício seja penalizado por atos anteriores à posse. Nesse caso, a PGR entende que ele pode ser investigado, mas não acusado formalmente no Supremo.