Bolsonaro silencia sobre joias ao depor à Polícia Federal
O ex-presidente permaneceu pouco mais de uma hora na sede da polícia em Brasília. Mauro Cid continua depondo na PF
Publicado: 31 Agosto, 2023 - 15h43 | Última modificação: 31 Agosto, 2023 - 16h00
Escrito por: Alex Rodrigues , da Agência Brasil / Brasília | Editado por: Valéria Aguiar, da Agência Brasil
Convocados a depor à Polícia Federal (PF), o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL); a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-secretário especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Fabio WajngartenFabio Wajngarten, ficaram em silêncio ao serem interrogados, nesta quinta-feira (31).
Os três permaneceram pouco mais de uma hora na sede da PF, na área central de Brasília (DF), e deixaram o prédio sem falar com jornalistas que os aguardavam do lado de fora. A reportagem tentou contato com a defesa dos três, mas ainda não teve retorno.
Bolsonaro, Michelle, Wajngarten e outras cinco pessoas foram intimadas a depor no âmbito do inquérito que investiga as suspeitas de que, com ajuda de assessores e pessoas próximas, Bolsonaro tentou se apropriar indevidamente de joias que, supostamente, recebeu de presente de autoridades públicas sauditas. Devido ao valor de tais joias, elas legalmente deveriam passar a compor o patrimônio da União.
Bolsonaro, Michelle e Wajngarten justificaram a decisão de ficar em silêncio argumentando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) entende que a apuração relativa às joias sauditas não deve tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Reiteramos que continuamos, como sempre, à disposição para prestar todo e qualquer esclarecimento desde que no foro competente. No caso, a douta Procuradoria Geral da República, que já manifestou que o STF não é a esfera jurídica própria", escreveu Wajngarten, no Twitter, logo após deixar a PF. "Não há silêncio nesse momento. Agora, busca-se apenas o respeito à lei", acrescentou o ex-secretário, que também figura entre os advogados de Bolsonaro.
Também foram convocados a depor, hoje, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid; o pai de Mauro Cid, o general César Lourena Cid; o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, e os ex-assessores da Presidência, Marcelo Câmara e Osmar Crivellati.
Wassef depôs em São Paulo e ficou no local por cerca de 3h30, segundo apuração do G1.
Antes de entrar, o advogado de Bolsonaro falou rapidamente com a imprensa. Alegou ser vítima de fake News, disse que não cometeu nenhuma irregularidade e se esquivou de responder sobre a compra do relógio Rolex.
“Quero aproveitar o momento para dizer o seguinte: Eu tenho sido vítima de uma campanha covarde de fake news, eu estou absolutamente tranquilo, jamais cometi qualquer irregularidade ou ilícito".
Ele também não quis comentar sobre o arsenal registrado em seu nome e que foi alvo de buscas da PF. Ele tem 32 armas, sendo 12 fuzis. A polícia já esteve em vários endereços do advogado, mas nenhuma das armas foi encontrada.
Como a investigação tramita em segredo de Justiça, a PF não forneceu detalhes sobre os depoimentos. Mauro Cid continua depondo, informou a Globonews.
*Esse texto atualizado pelo Portal CUT