Escrito por: Contraf/CUT
Em evento, o presidente lembrou mudanças que pediu para alterar em concurso público do banco
Durante café da manhã com a bancada evangélica, no Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (PSL), voltou a atacar Banco do Brasil (BB). Na ocasião, ele admitiu que ligou para o presidente do BB, Rubens Novaes, para evitar que a “esquerda” tomasse posse nos concursos públicos.
“E a mesma coisa foi com o Banco do Brasil. Tinha um concurso lá, para uma coisa simples, que, para você se inscrever, tinha que ter uma formação e ideologia de gênero. Liguei para o presidente e disse: ‘Pô, nós vamos conduzir de modo que só aqueles que interessam para esquerda possam entrar nesse serviço?’”, assumiu no encontro realizada na quinta-feira (11).
Em abril, Bolsonaro vetou uma campanha publicitária do banco, que era protagonizada por jovens negros e tatuados, além de uma transexual. “A linha mudou”, disse, na época, ao justificar a iniciativa.
Em março, Bolsonaro menosprezou o requisito dos processos seletivos da Previ voltados para funcionários do Banco do Brasil, segundo o qual os candidatos deveriam passar por cursos sobre diversidade e prevenção ao assédio moral e sexual. Bolsonaro disse que isso é “aparelhamento” e aconselhou os candidatos a entrarem na Justiça contra o requisito.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa do Banco do Brasil, Bolsonaro novamente tenta desviar as atenções para coisas que não atende.
“Novamente cita o Banco do Brasil de forma equivocada. Ele não sabe diferenciar uma seleção interna de um concurso. Mistura diversidade e equidade de gênero com ideologia de gênero. O BB sempre foi reconhecido e até premiado por entidades internacionais em relação às políticas afirmativas. O que vemos agora é um retrocesso e uma ingerência jamais vista no Banco do Brasil.”