Escrito por: Redação CUT
Ironia presidencial teve endereço certo, os jovens, grupo que tem mais dificuldade de recolocação no mercado de trabalho e, em suas maioria (52%) declara intenção de voto em Lula
Com mais de 10,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras desepregados, sendo 7,6 milhões na faixa etária dos 14 a 29 anos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) zomba do drama das famílias brasileiras dizendo que jovens “têm de correr atrás” de emprego e dá a entender que não tem nada a ver com isso.
A fala ocorreu durante encontro de Bolsonaro com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira (21). Ele ironizou a dificuldade dos brasileiros de conseguir emprego, especialmente os jovens que, segundo o IBGE, passam mais tempo tentando uma colocação ou recolocação no mercado de trabalho do que os demais trabalhadores.
Ele associou a dificuldade a uma suposta doutrinação durante as gestões do PT. De acordo com o presidente, estudantes jovens “têm que correr atrás” de empregos.
Segundo Bolsonaro, “o ensino foi de mal a pior no governo do PT”, e “interessa a juventude ser doutrinada, ser um boca aberta”. Por isso, estariam culpando o governo por não conseguir inserção no mercado de trabalho. “Eu não crio emprego, quem cria emprego é o setor privado. Eu não atrapalho o empreendedor, como fizemos várias leis”, declarou.
Como sempre faz, a fala Bolsonaro é confusa e distorcida. O presidente da República é, sim, responsaável pela geração de emprego e renda, com propostas efetivas para aquecer a economia, como investimentos pesados em infraestrutura e construção de casas populares, entre mutias outras que estão no programa de governo do ex-presidente Lula (PT), como focar na reindustrialização nacional em novas bases tecnológicas e ambientais; estimular a reforma agrária e a economia solidária, à economia criativa e à economia verde inclusiva, baseada na conservação, e na restauração e no uso sustentável da nossa biodiversidade.
A sequência da fala sobre doutrinação não tem nada a ver com a geração de empregos, uma questão mais relacionada a eficiência de gestão e decisão política, propostas concretas, coisa que este governo não tem.
Em 2014, durante o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, não se discutia doutrinação política, eram colocadas em prática propostas efetivas. Resultado: havia pleno emprego - a taxa de desemprego chegou a apenas 4,3%.
“Os jovens, principalmente de escolas técnicas já saiam empregados e os aposentados eram convidados a retornar ao trabalho”, afirmou em entrevista ao PortalCUT o ex-diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e atual assessor do Fórum das Centrais Sindicais, Clemente Ganz Lúcio.
Eleições 2022
A nova rodada da pesquisa Exame/Ideia, publicada nesta quinta-feira (21), mostrou que Lula tem ampla vantagem sobre seu principal adversário no primeiro turno entre jovens.
Entre os eleitores com idade entre 16 e 24 anos, o petista marcou 52% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro apareceu com 21%.
Vídeo do Congresso em Foco.