Escrito por: Redação RBA

‘Bora plantar!’, diz MST, que produz arroz orgânico e garante preço justo

Maior produtor de arroz orgânico da América Latina, MST garante que não vai “sentar em cima” do produto para especular no preço. Em vídeo no Twitter, ensina o “abecedário do arroz”

Reprodução/Twitter MST

 “Prestaram atenção, que arroz é resistência do meu povo e dá ‘sustança’? Então, avante, camaradas. ‘Bora’ plantar!” Em vídeo postado nesta quinta-feira (10) pelo perfil do MST no Twitter, a menina com sotaque nordestino e camiseta do movimento recita o “abecedário do arroz”. São 23 pratos – um para cada letra – feitos com o alimento mais conhecido dos brasileiros, e que vem ocupando noticiário e redes sociais nos últimos dias. “O preço do arroz está entre os assuntos da semana“, diz a mensagem. Confira:

De arroz o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra entende. A organização responde pela maior produção de arroz orgânico na América Latina. Um desses produtores, o agricultor Nelson Krupinski, de São Jerônimo (RS), diz em reportagem do site Reconta Aí que, mesmo com todas as possibilidades de lucrar como nunca, os pequenos assentados seguem com seus preços e sua missão. “Estamos garantindo o abastecimento das escolas e também das feiras e dos nossos pontos de venda”, afirma.

Sem especulação

Nelson é um dos assentados da reforma agrária do MST e integrante da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap). A cooperativa reúne mais de 600 famílias. São, segundo reportagem de Renata Vilela, do Reconta Aí, camponeses que plantam cerca de 10 hectares de arroz orgânico por ano, com mão de obra familiar e seguindo princípios da agroecologia. “Ou seja, um pequeno produtor que produz alimentos, e não commodities para o mercado externo”, anota.

Nelson explica que há muitos fatores empurrando o preço do arroz para cima. 1) Produção: houve uma diminuição no cultivo, desde 2011, devido a razões como falta de água, preço baixo entre outros. 2) Pandemia: com o isolamento social, mais pessoas passaram a comer em casa, onde o arroz é o prato principal (o consumo do arroz aumentou 28% de março a julho, em comparação com o mesmo período no ano passado). 3) Aumento do preço do dólar tornou as exportações mais atrativas, e o estoque para a venda no mercado interno diminuiu.

Outra possibilidade para o aumento do preço do arroz seria o fato de grandes produtores estarem especulando durante a grave. “Grandes indústrias do agronegócio podem estar sentadas em cima do arroz para forçar o preço pra cima”, cogita a reportagem (que você pode ler na íntegra aqui).

Edição: Paulo Donizetti de Souza