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Brasil acumula desempregados, subocupados, informais e desalentados

País supera marca de 14 milhões de desempregados. Ocupação cresceu no último trimestre, mas principalmente pela informalidade

Publicado: 28 Janeiro, 2021 - 17h00 | Última modificação: 28 Janeiro, 2021 - 17h03

Escrito por: Redação RBA

Helena Pontes/Agência IBGE Notícias
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 A taxa média de desemprego foi de 14,1% no trimestre encerrado em novembro, estável em relação ao anterior (14,4%) e bem maior que o de igual período de 2019 (11,2%). A maior para o período na série histórica. O Brasil rompeu a marca dos 14 milhões de desempregados (14,023 milhões). São 2,160 milhões a mais em 12 meses, crescimento de 18,2%. Os dados, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, foram divulgados nesta quinta-feira (28) pelo IBGE.

Se na conta forem incluídos os subocupados, o total vai a 32,162 milhões, alta de 21% em um ano. E o número de desalentados subiu 22,9% nesse período, atingindo 5,723 milhões.

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mercado de trabalho até aceitou mão de obra no trimestre setembro-novembro. O total de ocupados cresceu 4,8% (3,912 milhões a mais), para 85,578 milhões. Mas em relação a novembro de 2019, a ocupação cai 9,4% – menos 8,838 milhões.

 

A alta da ocupação, que se dá sobre uma base deprimida, foi a maior da série. Isso aponta que as pessoas estão voltando ao mercado, o que futuramente pode pressionar a taxa de desemprego. O IBGE, ao analisar a situação dos desempregados no Brasil, informa que “a maior parte do crescimento da ocupação veio novamente do mercado informal”.

Informais são 33,5 milhões

O número de empregados no setor privado sem carteira, por exemplo, cresceu 11,2% de agosto para novembro, somando agora 9,735 milhões. “Com esse acréscimo, a taxa de informalidade chegou a 39,1% da população ocupada, o que representa 33,5 milhões de trabalhadores informais no país. No trimestre anterior, a taxa foi de 38%”, diz o instituto.

“Os trabalhadores informais foram os mais afetados no começo da pandemia e também foram os que mais cedo retornaram a esse mercado”, afirma a analista Adriana Beringuy. “A população informal nesse mês de novembro corresponde a cerca de 62% do crescimento da ocupação total e, no trimestre encerrado em outubro, respondia por quase 89% da reação da ocupação. Então, a informalidade passa a ter uma participação menor em função da reação da carteira de trabalho assinada.”

Os trabalhadores com carteira no setor privado somam 29,963 milhões, crescimento de 3,1% no trimestre. Em relação a novembro de 2019, a pesquisa mostra queda tanto dos com carteira (-10,3%) como dos sem carteira (-17,6%).

Menos dinheiro na economia

Já os trabalhadores por conta própria chegam a 22,937 milhões. Mais 6,6% no trimestre e menos 6,7% em 12 meses. O trabalho doméstico, por sua vez, inclui 4,791 milhões. Cresce 5,1% em três meses e despenca (-24,6%) em um ano.

Estimado em R$ 2.517, rendimento médio caiu 2,7% no trimestre e cresceu 4% em 12 meses. Já a massa de rendimentos totalizou R$ 210,049 bilhões, estável ante agosto e com queda de 5,9% em relação a novembro de 2019. Ou, como mostra a Pnad/IBGE, menos R$ 13,238 bilhões na economia.

“Novo” Caged

O país teve ligeiro saldo positivo no mercado formal em 2020. A diferença entre contratações e demissões foi de 142.690 vagas com carteira, segundo o “novo” Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O resultado foi divulgado também hoje pelo Ministério da Economia.

Segundo o governo, a construção abriu 112.174 vagas, a indústria teve 95.588 postos e agropecuária, 61.637 postos. Os serviços fecharam 132.584, enquanto comércio/reparação de veículos ficou mais próximo da estabilidade (8.130).