Escrito por: Redação CUT

Brasil deve chegar nesta quarta-feira a 360 mil vidas perdidas para a Covid-19

País registra 358.718 mil mortes e 13.601.566 milhões de casos da doença desde o início da pandemia

Bruno Kelly/Amazonia Real

Com 3.687 mortes por complicações causadas pela Covid-19 registradas em 24 horas, entre a segunda (12) e esta terça-feira (13), o Brasil se aproxima de 360 mil vidas perdidas. Foram mais de 10 mil mortes em apenas quatro dias. No dia 10 de abril, o país chegou a mais de 350 mil mortes, marca alcançada apenas 17 dias depois de o país contar 300 mil vítimas. Esse ritmo de novas mortes —50 mil em cerca de uma quinzena— só ocorreu nos Estados Unidos, no auge da pandemia, entre dezembro e janeiro deste ano.

Neste cenário de tragédia humanitária, o país chega a 3.051 de média móvel de óbitos por dia em meio a falta de medicamentos para pacientes em estado grave, o chamado “kit intubação”.

É o terceiro dia consecutivo que o número de óbitos fica acima de 3 mil. Segundo levantamento do consórcio de imprensa, o total de vidas perdidas pela doença desde o início da pandemia subiu para 358.718. De acordo com o balanço, também foram registrados 80.157 novos casos da doença m 24 horas, elevando o total de infectados pelo novo coronavírus para 13.601.566.

A pandemia de Covid-19 no Brasil já é considerada a pior crise de saúde dos últimos 100 anos. O número de mortes já ultrapassou, pela primeira vez, a soma de todas as mortes causadas por outras doenças em uma semana.

Entre 28 de março e 3 de abril, quando os óbitos pela Covid-19 responderam por 50,3% das mortes naturais no país, todas as outras doenças responderam por 49,7%, segundo os números dos cartórios de registro civil, que têm como base a causa da morte informada nos registros de óbitos.

A piora da pandemia de Covid-19 no país fez também diminuir a expectativa de vida dos brasileiros, índice que crescia sem parar desde 1945. Esse quadro se reverteu em 2020, ano em que 195 mil brasileiros morreram por Covid-19.

Segundo estimativas, a expectativa era de que o índice chegasse a 77 anos em 2020, mas, por causa da Covid-19, ficou em 75 anos. Em alguns estados o retrocesso foi ainda maior: Distrito Federal, Amazonas, Amapá, Roraima e Espírito Santo tiveram redução de mais de três anos na esperança de vida ao nascer. 

França suspende voos ao Brasil

Em meio às incertezas e o aumento de casos de Covid-19, junto com as novas variantes, a França anunciou nesta terça-feira a suspensão por tempo indeterminado de todos os voos que tenham como origem ou destino o Brasil. A decisão, segundo o chefe do governo de Emmanuel Macron, deve-se à extensão da Covid-19 no território nacional, hoje epicentro da pandemia no planeta.

O país francês atendeu vários especialistas médicos que vinham alertando há dias que o governo deveria suspender todo o tráfego aéreo com o Brasil.

O temor é sobre a nova variante, que hoje toma o território brasileiro, mais contagiosa e possivelmente mais letal do que a versão do vírus responsável pelos surtos do ano passado.

RS ultrapassa Amazonas e registra semana mais mortal

O cenário de piora da pandemia no Rio Grande do Sul levou o estado a ter proporcionalmente a semana com maior mortalidade pela doença entre todos os estados do país, superando inclusive os óbitos somados na semana em que houve falta de oxigênio em hospitais do Amazonas, em janeiro.

Entre os dias 14 e 21 de março, o Rio Grande do Sul registrou 2.262 mortes, segundo dados dos cartórios de registro civil. Isso dá ma média de 19,8 mortes por 100 mil habitantes.

Já no Amazonas, na semana recorde de óbitos, entre os dias 10 a 16 de janeiro deste ano, foram 710 mortes registradas no estado, resultando em uma média de 16,9 mortes para cada 100 mil moradores —a segunda semana com maior mortalidade já registrada no país até aqui pela Covid-19.

No entanto, o estado do Amazonas enfrenta queda em internações e mortes desde fevereiro.