Escrito por: Redação CUT
Comandados por presidentes de extrema direita, os países são únicos entre as grandes economias a registrar taxas de 2 dígidos nos 3 índices que mais impactam renda e consumo e travam o aquecimento da economia
Entre as grandes economias do mundo, só o Brasil e a Turquia, comandados pelos presidentes de extrema direita Jair Bolsonaro (PL) e Recep Tayyip Erdogan, do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), respectivamente, registram taxas de dois dígitos nos três índices que mais impactam a renda e o consumo e travam o aquecimento da economia: 1) inflação, 2) juros e, 3) desemprego. No Brasil, as taxas são as mais elevadas desde o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff e jogou o país rumo a recessão.
O levantamento, publicado pelo G1 neste domingo (8) reúne os dados mais atualizados de 23 países, que representam 81,4% do Produto Interno Bruto (PIB) global, além das taxas da zona do euro.
Com a nova taxa Selic, de 12,75% ao ano, determinada na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, o Brasil só perde para a Turquia e Rússia, ambos com 14% e para a Argentina (47%).
Mas, em relação ao desemprego, o Brasil ocupa a 3º colocação, a Turquia a 4ª, a Argentina está em 7º lugar no ranking do países com mais trabalhadores e trabalhadoras desempregados e a Rússia em 15º.
A inflação acumulada em 12 meses no Brasil - 11,3% em 12 meses até março, de acordo com Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - é a maior do G20 – grupo dos países mais ricos e alguns emergentes –, está atrás só da Turquia (69,97%), Argentina (55,10%) e Rússia (16,70%), segundo Relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado na semana passada.
Na comparação com outras nações, a pesquisa mostra que Espanha e África do Sul, por exemplo, registram índice de desemprego acima do verificado no Brasil, mas têm juros e inflação mais baixos. Ao mesmo tempo, Rússia e Argentina vivem os cenários de juros básicos e inflação mais elevados do globo, mas com desemprego abaixo dos 10%.