Brasil passa de 210 mil mortes e 8,5 milhões de casos de Covid-19
Em meio às trapalhadas com horários e logísticas das vacinas aos estados, país enfrenta uma explosão de casos e mortes de Covid-19
Publicado: 19 Janeiro, 2021 - 11h43 | Última modificação: 19 Janeiro, 2021 - 12h13
Escrito por: Redação CUT
No dia que começou a imunização contra a Covid-19, o Brasil ultrapassou a marca de 210 mil vidas perdidas e 8,5 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. Foram 460 novas mortes e 29.133 novos casos da doença em todo o país registrados em 24 horas.
De acordo com a média móvel divulgada pelo consórcio de imprensa, 959 pessoas morreram em média em todo o país nos últimos sete dias, o que representa uma variação de 33% na comparação com 14 dias anteriores. O país registra 11 dias com tendência de aceleração da doença.
O Brasil é o segundo país com maior número de mortes , atrás apenas dos Estados Unidos (398.142) , e o terceiro com o maior número de casos confirmados, também atrás dos EUA (23.992.252) e da Índia (10.571.773). Os números foram divulgados pela Universidade Johns Hopkins, centro de referência sobre a doença.
Em meio às trapalhadas com horários e logísticas de distribuição de vacinas aos estados, o Brasil enfrenta uma explosão de casos e mortes de Covid-19.
Explosão de casos em São Paulo
Em São Paulo, a propagação da covid-19 segue em ritmo acelerado. O estado teve a pior semana epidemiológica desde o início da pandemia, um aumento de 77% no número de novos casos ante a semana anterior, e de mais de 50% no total de mortes. Já as internações tiveram um aumento em torno de dos 30%.
O estado superou a taxa de 70,1% de lotação nos leitos de Unidades de Terapias Intensivas (UTIs). São 6.004 pessoas ocupando esses leitos – um patamar semelhante ao de agosto, com uma média de 1.747 internações por dia, frente às 1.733 registradas naquele período. Ao todo, foram 49,9 mil mortes e 1,6 milhão de infectados pela covid-19.
Na semana passada, São Paulo registrou uma média diária de 11,3 mil novos casos, superando a média de 10,8 mil casos por dia em agosto de 2020.
Nova cepa do coronavírus no AM é grave e letal entre jovens
Médicos e enfermeiros de Manaus têm relado a velocidade e a gravidade da evolução da covid-19 em pacientes que buscam os prontos-socorros. Segundo eles, o que tem chamado a atenção dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente é que a “nova” Covid-19 mais transmissível tem gerado casos mais graves e letal entre os jovens.
Segundo registros de óbitos nos últimos 30 dias, quatro em cada dez vítimas fatais tinham menos de 60 anos no estado. A doença, inclusive, vem formando infecções mais graves e em menos tempo do que ocorreu na primeira onda.
Jornal Le Monde fala da crise em Manaus
Na edição desta terça-feira (19), o jornal francês Le Monde, um dos principais daquele país, destacou a crise sanitária em Manaus, no norte do Brasil. Manaus (AM) é a capital mais atingida por uma segunda onda de coronavírus e enfrenta falta de oxigênio, o que, segundo o texto do jornal, "põe em risco a vida de milhares de pacientes".
Ainda segundo o jornal, apenas no dia 14 de janeiro, 2.516 novos casos de Covid-19 foram diagnosticados na cidade, 800 a mais do que no pior momento da epidemia, em maio de 2020.
Mais de 93% dos leitos de terapia intensiva estão ocupados, enquanto o número de mortes varia entre 50 a 60 por dia. O Le Monde destaca ainda que as enfermarias e os corredores dos hospitais estão cheios, enquanto novos doentes não param de chegar, a maioria com deficiência respiratória.
Estados
Com alta na média de mortes, aparecem nesta segunda 11 estados: Amazonas, Rondônia, Roraima, Tocantins, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. As maiores altas foram registradas no Amazonas e no Tocantins.
O Distrito Federal e dez estados aparecem com estabilidade: Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Mato Grosso, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Quatro estados têm queda na média de mortes: Acre, Paraíba, Mato Grosso do Sul e Paraná. As maiores quedas foram no Acre e em Mato Grosso do Sul.