Escrito por: Walber Pinto
É o primeiro registro de crescimento e acontece depois das aglomerações do feriadão de 7 de Setembro. País já perdeu 137.350 vidas e tem 4.560.083 de casos confirmados da doença
Os números de casos e mortes causados pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, não param de subir. Nesta segunda-feira (22), o Brasil registrou um aumento de 8 % na média móvel de morte por Covid-19 em sete dias. É o primeiro registro de crescimento desde o dia 10 de agosto e acontece duas semanas depois das aglomerações no feriado de 7 de Setembro, dia da Independência, nas praias, repressas, parques, bares e restaurantes.
Alguns especialistas avaliam que o crescimento de casos e óbitos é reflexo da flexibilização da quarentena, que teve efeito direto na interrupção do cenário de queda de mortes por Covid-19.
Em 24 horas, o Brasil registrou 455 óbitos pela doença, elevando para 137.350 o total de vítimas fatais desde o início da pandemia, em março, de acordo com informações do consórcio de imprensa. Já são 4.560.083 casos confirmados pela doença, sendo 15.821 confirmados em 24 horas.
A média móvel de casos foi de 30.077 por dia, uma variação de -1% em relação aos casos registrados em 14 dias. Já a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 748 óbitos, uma variação de 8% em relação aos dados registrados em 14 dias.
O estado de São Paulo, que vinha mantendo queda por cinco semanas, registrou nesta segunda-feira (22) um aumento de 27% na média de móvel de mortes. Pelo quarto dia seguido, o estado do Rio de Janeiro também registrou aumento na média móvel de mortes, o que aponta para uma tendência de crescimento no contágio da doença.
Tanto Rio de Janeiro como São Paulo tem registrado aglomerações em praias e bares, nas chamadas ‘baladas clandestinas’ e pessoas circulando nas ruas sem o uso de máscaras ou distanciamento social.
Em São Paulo, a média móvel de óbitos está em 192 vítimas, um crescimento de 27%, na comparação com os últimos catorze dias. Já no Rio de Janeiro, a média móvel passa a ser de 103 mortes e 1.319 casos por dia. O que representa um aumento de 69% na média de óbitos em comparação com as duas semanas anteriores.
Questionado por jornalistas na coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes sobre o aumento de casos e mortes no estado, o governador João Doria (PSDB) admitiu o crescimento, mas disse que ainda não é possível afirmar que o crescimento tem ligação com aglomerações no último feriado de 7 de setembro. Já o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), culpou a população pelas aglomerações nas praias e bares aos finais de semana.
Alta, estabilidade e queda
Subiu para cinco o número de estados com alta na média de mortes. Rio de Janeiro, que teve o quarto dia seguido de aumento, São Paulo, Goiás, Rondônia e Rio Grande do Norte, que não registrava alta desde 24 de agosto. As maiores altas foram no Rio de Janeiro e em Goiás.
Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Amapá, Pará, Bahia, Ceará, Maranhão e Pernambuco são os estados que registram estabilidade.
Onze estados estão com redução na média diária de mortes: Santa Catarina, Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, Amazonas, Roraima, Tocantins, Alagoas, Paraíba, Piauí e Sergipe. As maiores quedas foram registradas em Roraima e no Amazonas.
Bahia 267 municípios estão sem registro de Covid-19 nas últimas 24h
As medidas restritivas adotadas pelas prefeituras e governo do estado têm contribuído para uma diminuição dos casos de Covid-19 no estado. São 267 localidades no estado sem ocorrências de novos casos nas últimas 24h o que resulta numa taxa de crescimento de 0% da doença, segundo o boletim da Secretaria Estadual da Saúde divulgado na manhã de desta terça-feira (22). Em Tabocas do Brejo Velho, cidade com pouco mais de 11 mil habitantes, são 94 dias sem registro de pessoas infectadas com o novo coronavírus.
Já na capital baiana a taxa de crescimento é de 0,05% nas últimas 24h. Salvador tem 931 casos ativos e 2614 óbitos desde o início da pandemia.
O estado acumula 7.454 casos ativos e 6.313 óbitos pela doença.