Escrito por: Redação CUT
Falha na plataforma do Ministério da Saúde gera atraso no processamento de dados diários e agrava ainda mais a subnotificação
Após uma falha na plataforma online do Ministério da Saúde, que pode agravar ainda mais a subnotificação no país, o Brasil registrou pelo terceiro dia consecutivo mais de mil mortes por Covid-19. Foram 1.238 óbitos contabilizados de quarta-feira (17) para quinta-feira (18), elevando o total de vidas perdidas para 47.748.
Já o número de casos confirmados da doença saltou de 960.309 para 978.142 no mesmo período, com 22.795 novos registros. Apesar de o Brasil estar a um passo de confirmar um milhão de infectados, o Ministério da Saúde afirmou nesta quinta-feira (18) que há uma tendência de estabilização da curva no país.
Nesta quinta, as secretarias Estaduais de Saúde relataram dificuldades na hora de atualizar os dados sobre a pandemia na plataforma do Ministério da Saúde. A falha gera atraso no processamento de dados diários e agrava ainda mais a subnotificação. O que indica também que nos próximos dias haverá um grande aumento de casos e mortes quando o sistema for normalizado.
Na terça-feira (16), a pasta confirmou 34.918 casos e na quarta o número caiu para 32.188, já na quinta foi menor ainda, com apenas 22.675 novas confirmações. O que poderia levar a crer que a curva estaria diminuindo no Brasil, ou a quantidade de testes seria menor, porém, era um problema de sistema que não contabilizou todos os novos casos.
Já no balanço divulgado pelo consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, o país registrou 1.204 óbitos em 24 horas, e o número de casos confirmados da doença saltou de 960.309 para 983.359, sendo 23.050 novos registros em 24 horas.
Com isso, o total de vidas perdidas no Brasil chega a 47.869, conforme o levantamento dos veículos de imprensa, iniciado após o governo Jair Bolsonaro (ex-PSL) tenta ocultar os dados da Covid-19 no país.
Estados com mais doentes e outros com mais mortes
O Nordeste é a região com mais diagnósticos da doença, com 347.633 pessoas infectadas pela Covid-19, enquanto o Sudeste é quem mais perdeu vidas (22.051). Juntos, os estados nordestinos somam mais diagnósticos do que França e Alemanha — que tem a marca de 341 mil, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Na Região Norte, o Pará foi o estado que mais registrou novos casos em 24 horas (3.449), a segunda maior alta em toda a pandemia.
Na sequência está um estado nordestino, o Ceará (1.667), outro do Sudeste, Minas Gerais (1.559) e um do centro-oeste, oDistrito Federal (1.381).
Região Norte
Amazonas
Em Manaus o hospital de campanha montado para atender pacientes com Covid-19 chegou a 601 altas. O hospital de campanha agora tem 21 pacientes que devem receber alta nos próximos dias. Após o último, o local deve ser desativado.
A cidade também retomou os sepultamentos individuais depois que o número de enterros, que chegou a ultrapassar 100 por dia durante a pandemia, voltou a se estabilizar.
Região Sul
A região Sul passou nesta quinta-feira (18) das mil mortes registradas. Já são somam 1.034 brasileiros que perderam a vida.
No Rio Grande do Sul, a doença chegou em 363 cidades. O estado nesta quinta 19 mortes por coronavírus e total chega a 406, e casos ultrapassam 17,8 mil.
No Paraná, mesmo com o avanço da doença no estado, bares foram fechados em Curitiba e Região Metropolitana entre a noite de quinta (18) e a madrugada desta sexta-feira (19). Paraná tem 12 mil casos confirmados da doença e mais de 400 mortes.
Região Centro-Oeste
No Centro-Oeste, região menos atingida pela pandemia até agora, a Covid-19 acelera. Em apenas sete dias, tanto o número de casos quanto o de mortes aumentaram 48%. No total, já são 53.931 pessoas contaminadas pela doença e 974 óbitos.
Goiás registrou 853 casos de coronavírus nas últimas 24 horas, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Com os números desta quinta-feira (18), o total de casos chegou a 13.366. O estado tem 39.986 casos em investigação e 264 óbitos. A taxa de letalidade da doença é de 1,97%.