Escrito por: Walber Pinto
Depois das falas e passeios de Bolsonaro, que não tem respeitado recomendações dos órgãos de saúde, população vem afrouxando isolamento social, principal arma contra a doença
O Brasil tem 22.318 casos confirmados e 1.241 mortes por Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, de acordo com o balanço das secretarias estaduais de Saúde, divulgado nesta segunda-feira (13). No mundo, o número de pessoas contaminadas já chega a 1.864.469 e o de mortes a 116.052, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins University (JHU), dos EUA.
Estado mais populoso do Brasil, São Paulo continua como epicentro da maior crise de saúde pública dos últimos 100 anos, com 22.318 casos confirmados e 1.241 mortes em decorrência da Covid-19. Outra situação que preocupada as autoridades da área da saúde no estado de São Paulo é que mais de 3 mil profissionais, entre médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, estão afastados das suas funções por suspeita ou por terem contraído a doença. Umas das queixas recorrentes dos trabalhadores e trabalhadoras é ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e testagem dos profissionais.
O segundo estado com mais casos de coronavírus é o Rio de Janeiro, com 2.855 pessoas infectadas; na sequencia vêm o o Ceará, com 1.676; o Amazonas, com 1.206; e Pernambuco, com 960.
No fim da noite de domingo (12), o Ceará registrou 11 novas mortes e o número total de pessoas doentes subiu para 85.
Os seis estados que estão em estado de "emergência", quando é considerado o número de casos registrados por um milhão de habitantes, são: Amazonas (287 por 1 milhão de habitantes), Amapá (267), Distrito Federal (201), São Paulo (189), Ceará (182) e Rio de Janeiro (164).
Afrouxamento no isolamento social
Enquanto a curva de casos de coronavírus no Brasil cresce, a população vem afrouxando a principal arma contra a doença, o isolamento social. Neste fim de semana foram registrados em várias cidades brasileiras aglomerações em feiras, praias e até um baile funk teve de ser dispersado pela PM na zona leste de São Paulo.
Já nesta segunda (13), agências da Caixa Econômica Federal registraram filas nas cidades de Recife e Olinda, entre os motivos estavam o pagamento e a busca de informações sobre o auxílio emergencial de R$ 600.
Em entrevista neste domingo (12) ao Fantástico, da TV Globo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou a necessidade de isolamento social para evitar o avanço da contaminação no país, que segundo o ministro, terá pico entre maio e junho.
A recomendação de Mandetta, entretanto, não é seguida pelo presidente Jair Bolsonaro que tem desrespeitado todas as recomendações dos órgãos de saúde.
Neste fim de semana, Bolsonaro saiu às ruas mais uma vez provocando aglomerações e chegou até a limpar o nariz com o braço e, em seguida, cumprimentar uma idosa.
Questionado sobre a divergência entre ele e o presidente, Mandetta pediu um alinhamento de discurso para evitar "dubiedade".
"Espero que essa validação dos diferentes modelos de enfrentamento dessa situação possa ser comum e que a gente possa ter uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva para o brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro da saúde, se escuta o presidente, quem é que ele escuta", disse o ministro.
Covid-19 no Mundo
Nos EUA, o número de mortes pelo novo coronavírus chegou a 22.109 nesta segunda-feira (13), de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.
Neste fim de semana, os EUA superaram a Itália, que tinha registrado 19.899 mortes até domingo, e passaram também a ser o país com mais pessoas contaminadas em todo o mundo.
Já a Espanha, começa a flexibilizar as regras de isolamento adotadas por causa do novo coronavírus nesta segunda-feira (13). Funcionários de fábricas e da construção, pessoas que não conseguem trabalhar em casa, poderão retomar suas atividades com rígidos critérios de segurança.
O país tem mais de 17 mil mortes – e só perde em número de mortos na Europa para a Itália.