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Brasil tem 97 casos de variante Delta que se espalha em meio a festas clandestinas

Mesmo em países onde a vacinação contra a Covid-19 está bastante avançada, a variante tem causado estrago e novas medidas de restrições contra a doença estão sendo adotadas

Publicado: 19 Julho, 2021 - 12h22

Escrito por: Redação CUT

Alex Pazuello/Semcom
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Com apenas 33.845.415, ou 15,98% da população brasileira, totalmente vacinadas e as aglomerações registradas todos os finais de semana, a variante Delta, cepa mais transmissível identificada na Índia, já chegou em pelo menos sete estados do Brasil, país que registrou mais de 42 mil mortes em menos de um mês. No dia 19 de junho o país alcançou meio milhão de vidas perdidas, neste domingo (18), já eram 542.214 vítimas da doença.

Com a variante Delta em ação, os casos de Covid-19 pararam de cair em sete capitais e subiram em quatro. No total o país já registrou 97 casos de infecção com a Delta e os óbitos estão concentrados no Pará e no Maranhão.   

Segundo o Ministério da Saúde, há casos registrados em Minas Gerais, com uma contaminação, duas em Goiás, três em São Paulo e dois em Pernambuco, No Paraná, foram nove casos e quatro mortes, e no Maranhão, seis registros e um óbito.

O estado Rio de janeiro lidera com 63 casos da variante Delta. A cepa já foi confirmada em 12 cidades, além da capital fluminense. Há casos confirmados em Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Maricá, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Seropédica e São João de Meriti.

Mesmo em países onde a vacinação contra a Covid-19 está bastante avançada, a variante tem causado novas medidas de restrição contra a doença. De acordo com cientistas que analisam a cepa indiana, ela já chegou a mais de cem países. É mais contagiosa do que todas as outras conhecidas até agora. 

Os números mostram que menos pessoas evoluíram para quadros graves ou acabaram morrendo ao contrair a Delta, mas tais dados se confundem com o fato de que ela surgiu, a princípio, em nações onde já havia grande parte da população vacinada. É o caso, por exemplo, do Reino Unido.

Nos Estados Unidos, que também sofrem com a chegada da Delta, o sistema de saúde viu um aumento de 121% nos novos diagnósticos e de 9% das mortes em 14 dias, concentrados, sobretudo, em regiões onde a imunização está abaixo da média nacional.

No Brasil, o ritmo lento da vacinação e o afrouxamento das medidas sanitárias nas últimas semanas têm provocado um aumento de aglomerações de pessoas, acendendo um alerta diante do aumento de casos registrados da variante indiana pelo país.

Segundo o relatório semanal do Centro Europeu para o Controle e a Prevenção de Doenças (ECDC), o avanço no número de casos tem ocorrido em grupos etários mais novos, como jovens entre 15 e 24 anos. Pessoas que ainda não receberam primeira dose e nem a segunda da vacina.

Por causa da variante, governos estaduais têm diminuído o intervalo entre as aplicações das vacinas contra Covid-19 das fabricantes AstraZeneca ou Pfizer, com fizeram o Estado do Rio e o Distrito Federal. A estratégia é ter parcela maior da população com o esquema vacinal completo, sobretudo entre os grupos vulneráveis.

Mesmo com a posição contrária da Fiocruz de antecipar a segunda dose da vacina, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Santa Catarina também optaram por diminuir a janela entre as aplicações. As reduções têm sido de 12 semanas para dez ou oito semanas. O governo de São Paulo não adotou essa estratégia por enquanto.

Festas e aglomerações

São Paulo e Rio de Janeiro tiveram festas clandestinas interrompidas pela polícia neste fim de semana com mais de duas mil pessoas nos locais irregularmente.

Na capital paulista, uma balada com mais de 1500 pessoas acontecia na região de Santo Amaro, na Zona Sul, reuniu pessoas sem máscara e aglomeradas. Na Vila Olímpia, na Zona Oeste, 350 pessoas estavam na "Toca do Tatu". Os dois locais foram autuados e fechados pela Vigilância Sanitária de São Paulo que fiscalizou 24 locais, autuando nove deles.

No Rio de Janeiro, um evento clandestino reuniu mais de 800 pessoas no bairro Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Em imagens feitas momentos antes da interdição, diversas pessoas aglomeradas na pista de dança e sem o uso de máscaras, proteção indispensável em tempos de pandemia.

Em Curitiba mais aglomerações no primeiro final de semana sob regência da bandeira amarela, a mais branda em relação à pandemia. Vídeos compartilhados em redes sociais mostram a parte externa de bares da região central da capital lotados.

Em Pernambuco, mesmo com os bares e restaurantes funcionando com horários ampliados em uma hora, e música ao vivo será permitida a partir do dia 19 de julho, houve flagrantes de desrespeito às regras em alguns estabelecimentos.

Belo Horizonte (MG) também registrou aglomerações no fim de semana. Na Savassi, região centro-sul da cidade, grandes grupos de pessoas, formados principalmente por jovens, se reúnem em pelo menos dois pontos do bairro, ambos com vários bares um ao lado do outro.

Números da pandemia

Em 24 horas, entre sábado e domingo, o Brasil registrou 948 mortes por Covid-19, o que totaliza 542.214 vítimas da doença desde o início da pandemia, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). 

O número de casos registrados no mesmo período foi de 34.126, o que levou o país a atingir 19.376.574 infecções confirmadas até então. 

A média móvel de casos em relação aos últimos 7 dias alcançada neste domingo, de 40.948 contaminações, apresentou estabilidade em relação ao que vem sendo registrado nos últimos dias. O mesmo foi observado em relação às mortes, com média móvel de 1.247 óbitos.