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Brasil tem quase 151 mil mortes por Covid e mais de 5 milhões de infectados

OMS reconhece que número de casos caiu, mas alerta para novo pico da doença, como está ocorrendo em países como Inglaterra, Espanha, França e Alemanha

Publicado: 13 Outubro, 2020 - 12h15 | Última modificação: 13 Outubro, 2020 - 13h37

Escrito por: Redação CUT

Alejandra de Lucca - Fotos Públicas
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) celebrou a melhora dos números da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, mas alertou para riscos de um novo pico da doença, como vem ocorrendo em outros países. Na Inglaterra, o primeiro-ministro Boris Johnson anunciou nesta segunda-feira (12) que Liverpool, com 1,5 milhão de habitantes, e arredores serão a primeira região do país a entrar em alerta de nível "muito alto" contra o coronavírus.

Na Alemanha,  o número de novos casos de Covid-19 ultrapassou os 4,7 mil no sábado (10) a maior marca diária desde meados de abril. Os distritos considerados de risco também registraram um aumento de infecções: 50 por 100 mil habitantes em sete dias. O ministério da Saúde espanhol registrou mais 27.856 novas infecções de Covid-19 desde sexta-feira (9), elevando o total de casos desde o inicio da pandemia para 888.968, de acordo com dados anunciados pelas autoridades de Saúde espanholas.

Como no Brasil, esses países também tiveram redução de casos e mortes e voltaram a registrar contaminações e vidas perdidas. Mas, no Brasil a situação é pior porque dados recentes mostram estabilização e queda nos números de casos confirmados no país, porém, essa tendência ocorre a partir de dados "muito, muito altos", diz a OMS.

"Dizer que a doença está caindo no Brasil é uma coisa positiva. (Mas) deve haver um alto índice de desconfiança conforme os números (gerais) caem para garantir que sejam detectadas áreas em que eles possam estar aumentando", disse o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan.

Neste fim de semana o Brasil passou das 150 mil mortes causadas pelo novo coronavírus e ainda ultrapassou 5 milhões de casos da doença. Nesta segunda-feira (12) foram registrados 201 novos óbitos em 24 horas -  acumulado de 150.689 óbitos desde o início da pandemia. Também foram registrados 8.429 novos diagnósticos, totalizando 5.103.408 casos por todo o país, segundo os dados do Ministério da Saúde. Ainda segundo a pasta, 4.495.269 pessoas se recuperaram, mas ninguém sabe se com sequelas graves ou não, e 457.450 pacientes em acompanhamento.

 É sempre bom lembrar que os dados dos finais de semana e da segunda-feira costumam ser menores porque os laboratórios estão com equipes reduzidas ou não funcionam.

Em números absolutos, o Brasil é o 2º país do mundo com mais mortes por Covid-19. Só fica atrás dos Estados Unidos, que têm mais vítimas: 219.916. O número de mortos no Brasil também é elevado quando feita a comparação proporcional.

São 711 vítimas a cada milhão de habitantes –segundo cruzamento de dados do Ministério da Saúde com a última estimativa populacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Estados

Apesar dos números altos, a média móvel de mortes ficou abaixo de 600 pela primeira vez desde maio, segundo os dados consórcio de imprensa divulgados às 8h desta terça-feira (13).

Em relação à média móvel, são, em média, 23.158 novos casos por dia, redução de 12% em relação à média de 14 dias atrás. O Brasil já está 13 dias seguidos com estabilidade, sem grandes variações.

Já a média móvel de mortes, depois de quatro semanas seguidas de estabilidade, registra queda nesta segunda. São, em média, 562 mortes por dia nos últimos sete dias, uma redução de 19% em relação à média de duas semanas atrás.

Somente o Acre teve aumento na média de mortes nesta segunda-feira. O estado vinha de estabilidade e aparece com alta de 33%. Como o número de mortes é baixo no estado, qualquer aumento leva a grandes variações.

O Distrito Federal e oito estados estão em estabilidade: Amazonas, Maranhão, Piauí, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Com queda na média móvel de mortes estão 17 estados: Roraima, Amapá, Rondônia, Pará, Tocantins, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Johnson & Johnson suspende testes de vacina

Os testes da Johnson & Johnson para uma vacina contra a Covid-19 foram interrompidos por causa de uma doença ainda não explicada em um dos voluntários do estudo, informou a empresa na noite desta segunda-feira, 12. O imunizante estava entrado nos estágios finais, na fase 3 de testagem com humanos em 23 de setembro nos Estados Unidos.

A identidade do paciente e detalhes do ocorrido não foram informados, em respeito à privacidade do participante, acrescentou a empresa. O estudo prevê a inclusão de até 60 mil voluntários, com idade entre 18 e 60 anos, sendo 7 mil no Brasil - distribuídos nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte.

A farmacêutica afirmou que esses tipos de ocorrências são comuns em testes de imunizantes, principalmente em estudos em larga escala, e reforçou o compromisso com a segurança dos participantes.

A vacina testada pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford, no Reino Unido, também chegou a ter os testes paralisados duas vezes após manifestações de reações adversas em voluntários da pesquisa.

Para a aprovação dos testes no país, a Anvisa realizou reuniões com a equipe da Janssen, farmacêutica belga da Johnson & Johnson, a fim de alinhar todos os requisitos técnicos necessários para os testes.