Escrito por: Redação CUT

Brasil tem quase 67 mil mortes de brasileiros por Covid com aceleração de casos

Com 45.305 novos casos nas últimas 24 horas, País atinge a marca de 1.668. 589 diagnósticos da doença

Bruno Kalli - Fotos Públicas

A transmissão do novo coronavírus volta a acelerar no país, e no dia em que o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) anunciou que contraiu a Covid-19, nesta terça-feira (7), o Brasil registrou, em apenas 24 horas, 1.254 novas mortes e mais 45.305 novos casos confirmados da doença provocada pelo vírus.

Há 53 dias sem ministro da Saúde, o Brasil é o segundo país com mais casos e mais vidas perdidas no mundo, com 1.668.589 casos confirmados e 66.741 óbitos, e completa quase um trimestre sem controle da pandemia. Os cálculos foram feitos pelo centro de análise de doenças infecciosas do Imperial College, um dos mais respeitados do mundo em acompanhamento de epidemias. A taxa de contágio no país, que indica para quantas pessoas, em média, cada infectado transmite o coronavírus, subiu de 1,03 para 1,11.

Enquanto isso, em Brasília, Bolsonaro segue desrespeitando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de usar máscaras e manter o distanciamento social, únicas formas de evitar a transmissão da Covid-19.

Nos últimos dias, antes de começar a passar mal no domingo (5), Bolsonaro fez reuniões no Palácio do Planalto, se encontrou com políticos, empresários e fez viagens ao Ceará, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás, onde apertou mãos e abraçou centenas de pessoas, e participou de oito cerimônias e três reuniões coletivas em Brasília. Todas com aglomerações e descumprimento das normas sanitárias.

Depois que o presidente anunciou o resultado positivo do exame, várias pessoas que se encontraram com ele estão em isolamento social esperando o resultado dos testes, entre eles empresários donos de grandes empresas, ministros e parlamentares. Alguns já fizeram o teste e disseram que o resultado foi negativo. No entanto, o tempo de incubação do vírus (período em que a pessoa está infectada, mas não apresenta sintomas) pode variar de 1 a 14 dias, segundo a OMS.

Na entrevista à imprensa para anunciar que havia contraído o vírus, Bolsonaro falou que era como uma chuva, que todos iam se molhar, disse que estava tomando cloroquina, medicamento que a OMS proibiu de ser usado porque não tem comprovação científica de que pode fazer efeito, e, no final tirou a máscaras, segundo ele, para mostrar o rosto e provar que estava bem. A atitude de Bolsonaro foi criticada por especialistas. Ele deveria, como todo mundo, ficar confinado durante 14 dias, disseram.

Já o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal emitiu comunicado pedindo que veículos de comunicação suspendam a cobertura presencial no Palácio do Planalto.

O sindicato também pede às empresas que testem e afastem todos os profissionais que participaram, nos últimos dez dias, de coberturas nas quais tiveram contato com Bolsonaro e com demais membros do Executivo.

Situação nos estados

Epicentro da pandemia no país, só no estado de São Paulo, o novo coronavírus já infectou 332.708 pessoas desde o início da pandemia. O estado registra 16.475 vidas perdidas. O governo de João Doria estima que o estado possa ter, em 15 de julho, até 23 mil mortes e 470 mil casos da doença. O interior responde por 70,8% dos novos casos de Covid-19, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (7).

Um estudo do Instituto Pólis concluiu que a Covid-19 tem se propagado com maior intensidade nas periferias da capital paulista, onde os moradores dependem mais de transporte público para trabalhar. Com a abertura de parte de bares, restaurantes e shoppings, trabalhadores que moram em regiões afastadas do grande centro vêm reclamando do transporte público lotado.

A pesquisa destaca bairros como Capão Redondo, Cidade Ademar e Jardim Ângela, na zona sul; Brasilândia e Cachoeirinha, na zona norte; e Sapopemba, Cidade Tiradentes, Itaquera e Iguatemi, na zona leste, têm tido superlotação em transporte público.

O levantamento considerou apenas pessoas que utilizam o transporte público para trabalhar, que não têm diploma universitário e que ocupam cargos não executivos.

Apesar de os pesquisadores terem associado às taxas de infecção e mortalidade a de adesão ao transporte público, não se pode afirmar com certeza que o contágio ocorreu dentro dos veículos. No entanto, admitem, que é possível dizer que as pessoas mais expostas à doença têm sido as que precisam furar a quarentena para trabalhar.

O Ceará, segundo estado mais afetado em números absolutos de casos de coronavírus ultrapassou o Rio de Janeiro em total de infectados neste fim de semana. São 124.952 casos confirmados, contra 124.086 no Rio de Janeiro. Entretanto, a quantidade de mortes do Rio continua maior, com 10.881 óbitos e, no Ceará, a doença fez 6.556 vítimas.

 Pernambuco e Pará têm mais de 5 mil vidas perdidas, com 5.234 e 5.128 registros, respectivamente. Na sequência vêm Amazonas (2.952), Maranhão (2.286), Bahia (2.216), Espírito Santo (1.880), Rio Grande do Norte (1.291), Minas Gerais (1.282), Alagoas (1.192) e Paraíba (1.145).

Não há mais nenhum estado com menos de cem mortes desde que o Mato Grosso. Os cinco estados com menos de 500 óbitos são: Amapá (455), Santa Catarina (419), Roraima (376), Acre (399) e Tocantins (228).