Brasil tem recorde de mortes e 4 mil na fila por leito de Covid-19 em 13 estados
Em apenas 24 horas, foram registrados 1.954 óbitos por Covid-19, totalizando 268.568 vidas perdidas para a doença. É o 48º dia consecutivo que o país apresenta média móvel de mortes por Covid-19 acima de mil
Publicado: 10 Março, 2021 - 11h41 | Última modificação: 10 Março, 2021 - 14h47
Escrito por: Redação CUT
O Brasil bateu novamente dois tristes recordes de mortes por Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus: no total de óbitos registrados em 24 horas e na média móvel diária. A situação da pandemia no país é grave em pelo menos 13 estados e no Distrito Federal, onde cerca de 4.352 pessoas diagnosticadas ou com suspeita de contaminação aguardavam por um leito hospitalar. Pelo menos 2.257 delas estavam na fila das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
O Brasil foi o país que mais registrou casos de Covid por dia no mundo, ultrapassando os Estados Unidos, até então o líder em óbitos e contaminações, e tem três vezes mais novos casos por dia do que França e Itália. Nesta terça-feira (9), foram registradas quase duas mil mortes de brasileiros.
Em 24 horas, foram registrados 1.954 óbitos por Covid-19, totalizando 268.568 vidas perdidas desde o início da pandemia, em fevereiro de 2020.
No mesmo período foram registrados 69.537 novos diagnósticos de Covid, totalizando 11.125.017 infectados em toda a pandemia. A média móvel de casos está em 68.167 por dia, o maior número desde o ano passado, e equivale a 38% a mais do que a média de duas semanas atrás.
Já a média de mortes também é a maior da pandemia, pelo 11º dia seguido. Agora, o país tem média de 1.572 mortes por dia, aumento de 39% em duas semanas.
É o 48º dia consecutivo que o país apresentou média móvel de mortes por Covid-19 acima de mil — período mais longo em toda a pandemia, ultrapassando uma semana com tendência de aceleração na média de óbitos.
Lotação de leitos nas capitais
Segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta terça-feira (9), 25 capitais estão com taxas de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 iguais ou superiores a 80%. Em pelo menos 15 capitais a taxa supera 90%.
De acordo com a fundação, as cidades que estão com as taxas superiores a 90% são Porto Velho (100%), Rio Branco (99%), Palmas (95%), São Luís (94%), Teresina (98%), Fortaleza (96%), Natal (96%), Rio de Janeiro (93%), Curitiba (96%), Florianópolis (97%), Porto Alegre (102%), Campo Grande (106%), Cuiabá (96%), Goiânia (98%) e Brasília (97%).
Apenas Belém, com 75%, e Maceió, com 73%, tem taxas menores de 80%.
São Paulo bate recorde de mortes
Na etapa mais restrita da pandemia, a fase vermelha, o estado de São Paulo registrou 517 mortes por Covid-19 no período de 24 horas.
É o número mais alto de óbitos desde o começo da pandemia. O estado chegou a 62.101 mortes pela doença, além de somar mais de 2.134.020 milhões de casos confirmados. Só hoje, foram 16.058 novos casos
Nesta quarta-feira (10), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), deve anunciar medidas mais rígidas para conter o avanço da Covid-19. Doria ainda resiste ao lockdown total, medida que, segundo os especialistas, é a mais indicada para descer a curva. Ele decretou que igrejas e templos são serviços essenciais e manteve a reabertura das escolas, que ontem foi proibida pela Justiça.
São Paulo anunciou a criação de 280 leitos hospitalares na capital, no interior e no litoral do estado para tentar evitar o colapso do sistema de saúde por causa do avanço da pandemia.
Serão instalados 140 leitos de enfermaria e 140 leitos de UTI, até 31 de março, em unidades de saúde das seguintes cidades: Santo André, Andradina, Santos, Barretos, Botucatu, Campinas, Ourinhos, Tupã, Itapetininga Fernandópolis e na capital.
Nesta terça, 19 hospitais do estado atingiram 100% da ocupação de leitos de UTI para Covid-19, e outros seis estão com taxas superiores a 95% de ocupação e estão perto de saturar.
30 pessoas com Covid-19 morreram na fila no estado de SP
Pelo menos 30 pacientes com o novo coronavírus morreram na fila de espera por leitos de UTI no estado de São Paulo nos primeiros nove dias de março, segundo o G1. As mortes de pacientes que aguardavam liberação de leitos intensivos ocorreram em cidades localizadas na Grande São Paulo e no interior do estado.
A média móvel diária de mortes por Covid-19 no estado foi de 298 óbitos, recorde pelo segundo dia seguido. A taxa de ocupação de UTIs, com 82%, também foi a maior de toda a pandemia, bem como o total de pacientes internados em leitos intensivos e de enfermaria, que chegou a 20,3 mil pessoas (leia mais abaixo).
Em Taboão da Serra, e outros cinco municípios da Grande São Paulo (Arujá, Embu Das Artes, Francisco Morato, Mairiporã e Poá) também não têm mais vagas de UTI para pacientes com Covid-19.
Já as cidades de Francisco Morato, Mogi das Cruzes, Mauá, Santo André e Guarulhos têm ao menos 90% dos leitos municipais de UTI ocupados.
São Bernardo do Campo, Diadema, a capital paulista, Barueri e Caieiras registram taxa de ocupação superior a 80%.
Das 39 prefeituras, apenas três não responderam ao questionamento da reportagem: Carapicuíba, Embu-Guaçu e Juquitiba.
No total, o estado de São Paulo registra mais de 2 milhões de casos da doença e 62 mil mortes.