Brasil tem sábado de protestos contra assassinato de Moïse e genocídio negro
Cerca de 200 entidades apoiam manifestação contra racismo e genocídio negro convocada após assassinato de Moïse
Publicado: 07 Fevereiro, 2022 - 14h02 | Última modificação: 07 Fevereiro, 2022 - 14h08
Escrito por: Congresso em Foco
Dezenas de cidades realizam protestos neste sábado (5) contra o assassinato do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, espancado até a morte por um grupo de homens em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio, no último dia 24. Cerca de 200 entidades apoiam os protestos.
No Rio, a manifestação ocorreu no quiosque onde o jovem foi morto e reuniu centenas de manifestantes, familiares da vítima e imigrantes africanos. Em Brasília, um ato foi realizado em frente ao Palácio do Itamaraty. Já em São Paulo a concentração se deu no Masp, na Avenida Paulista. Os protestos pediam justiça e pregavam contra a xenofobia, a discriminação racial e o genocídio negro.
Prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), anunciou que o quiosque Tropicália será transformado em um memorial à cultura africana e deverá ser administrado pela família de Moïse. O rapaz foi assassinado após cobrar o pagamento por dois dias de serviços prestados ao quiosque. Três pessoas foram presas pelo assassinato, captado por câmera de segurança do local.
Vários parlamentares foram às redes sociais para reivindicar punição aos responsáveis pelo assassinato do trabalhador. Em diversas cidades os manifestantes também lembraram a morte de Durval Teófilo Filho, negro assassinado esta semana por um vizinho que alega que o confundiu com um “bandido” no Rio.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e as deputadas Fernanda Melchionna (Psol-RS), Natália Bonavides (PT-RN) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) usaram seus perfis para registrar os protestos em São Paulo, no Rio Grande do Sul, no Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro. “Ocupamos as ruas de Natal para fazer ecoar o grito por justiça. O jovem Congolês Moïse Kabagambe foi assassinado de forma brutal no Rio de Janeiro. Exigimos justiça para Moïse”, destacou Natália Bonavides.
República Democrática do Congo é o segundo maior país do continente africano e um dos mais pobres do mundo. Embora a guerra civil tenha sido declarada encerrada em 2003, o país continua a ser cenário de confrontos violentos entre diferentes etnias e disputas por recursos naturais. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 5 milhões de congoleses, como Moïse, deixaram o Congo fugindo da violência.
Veja fotos do ato em SP