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Brasil ultrapassa 700 mil casos confirmados e chega a 37 mil mortes por Covid-19

Com falta de transparência do Ministério da Saúde na divulgação dos números, o Portal 'Dados Transparentes' aponta que nas últimas 24h foram registradas 859 mortes. Números do Ministério continuam defasados

Publicado: 09 Junho, 2020 - 11h41 | Última modificação: 09 Junho, 2020 - 11h57

Escrito por: Walber Pinto

Edson Rimonatto/CUT
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De acordo com a plataforma Dados Transparentes, o Brasil registrou 711.226 casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) e 37.340 óbitos até esta segunda-feira (8). Segundo a plataforma,  foram registradas 859 mortes em 24 horas no país.

O Portal CUT não está publicando os dados do Ministério da Saúde porque, depois que Jair Bolsonaro (ex-PSL) promoveu uma confusão na divulgação dos dados sobre a Covid-19, omitindo e maquiando os dados oficiais para parecer que tem menos brasileiros sendo infectados e mortos. 

Para impedir que o governo esconda os dados, vários grupos se uniram para garantir que a informação chegue a toda a sociedade.  Um desses grupos formou o que foi batizado de plataforma Dados Transparentes, organizada pelo secretário executivo do Comitê de Contingência do Coronavírus do estado de São Paulo, João Gabbardo, que foi braço direito do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, se juntou a outras, como o Brasil.io, Painel Rede CoVida, uma iniciativa de pesquisadores da Fundação Oswaldo Fiocruz) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e o Covid-19 no Brasil, de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa.

É esta base de dados que o Portal CUT decidiu adotar porque é a que traz dados mais atualizados.

Confusão e falta de transparência

A falta de transparência e dados divergentes por parte do Ministério da Saúde, sob o comando de um interino, o general Eduardo Pazuello, levou vários órgãos da sociedade civil a compilar os dados das secretarias estaduais e houve reações duras do parlamento e da Justiça, além de diversos setores da sociedade civil organizada.

Na noite desta segunda-feira (8), o Ministério da Saúde havia informado 679 mortes da doença em 24h no país. Mas os números ainda continuam defasados porque na contagem o Ministério deixa de fora os óbitos que aconteceram em dias anteriores e deixou de computar os dados de estados como Alagoas, onde a curva está em alta sem uma explicação sobre isso, exceto uma mentira: o estado não teria passado os dados. Acontece que os dados estavam no site do governo do Estado de Alagoas.

A pressão para a mudança na divulgação dos dados partiu da cúpula militar que ocupa o Ministério da Saúde, que estaria incomodada com os números altos demais. A intenção, segundo a Folha de S. Paulo, foi pressionar técnicos a entregar uma plataforma com destaque para números menos impactantes. A ordem se deu após uma sucessão de recordes no número de mortes na semana passada, quando foram registrados 1.349 óbitos e, na última quinta (4), quando o país passou de uma morte por minuto, com 1.473.

Na noite desta segunda-feira (8), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que o Ministério da Saúde retome a divulgação dos dados acumulados do coronavírus no portal oficial. A decisão veio após analisar ação apresentada pelos partidos Rede Sustentabilidade, PSOL e PCdoB, que pediam também a atualização diária do governo até as 19h30.

São Paulo

Com a reabertura das atividades econômicas gradual a partir do dia 15 na capital paulista, a Justiça de São Paulo suspendeu decretos emitidos pelas prefeituras de São Bernardo do Campo e de Diadema que permitiam a reabertura gradual do comércio e da economia nestas cidades. Segundo a juíza Tatiana Magosso, o município extrapolou os limites de sua competência.

Pesquisa do Ibope, divulgada nesta terça-feira (9), mostra que os paulistanos reprovam as medidas tomadas pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) e pelo governador João Doria (PSDB) em relação à pandemia do novo coronavírus. Em relação às medidas do prefeito da capital, 35% da população considera inadequadas as medidas tomadas por ele para conter o vírus. No caso do governador João Doria, os que consideravam as medidas inadequadas aumentou de 21% dos entrevistados para 36%.

O estado de São Paulo registra 9.188 mortes por coronavírus e 144.593 casos confirmados. A taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 75,5% na Grande São Paulo e 67,5% no estado, segundo dados da Secretaria Estadual.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a Justiça do Estado também suspendeu os decretos emitidos pela prefeitura da capital e pelo governo do estado flexibilizando as regras de isolamento social. Nesta segunda (8), bares, lojas, aglomerações foram registradas na cidade do Rio de Janeiro.

O Rio tem 6.781 mortes e quase 70 mil casos confirmados de Covid-19.

Pará

No Pará, briga na justiça para suspender, de forma imediata os decretos estadual e municipal que autorizaram a reabertura de shoppings, salões de beleza e barbearias de Belém. O estado registra 57.570 casos e 3.835 mortos.

Maranhão

No Maranhão, o governado do estado Flávio Dino (PCdoB), retomará medidas duras para conter as aglomerações nas ruas e nas praias de São Luís. Neste fim de semana, as praias estiveram lotadas, bares cheios e até tumulto em reinauguração de supermercado.