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Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morre aos 41 anos após luta contra câncer

Neto de Mário Covas tratava câncer desde outubro de 2019 e estava afastado da administração da cidade desde o dia 3

Publicado: 17 Maio, 2021 - 09h08

Escrito por: Redação RBA

Rovena Rosa/ABr
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Morreu na manhã deste domingo (16) o prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Aos 41 anos, o neto do ex-governador Mário Covas foi vitimado pelo câncer que tratava desde outubro de 2019. Iniciado no aparelho digestivo, a doença se espalhou para o fígado e os ossos. O agravamento levou o prefeito a se licenciar do cargo em 3 de maio. Bruno Covas morre dois dias depois de os médicos do Hospital Sírio-Libanês darem seu prognóstico como irreversível. O prefeito deixa o filho Tomás, de 15 anos.

São Paulo passa a ser definitivamente administrada pelo vice-prefeito Ricardo Nunes (MDB). O ex-vereador, à época da eleições, se recusou a participar de debates. Importante interlocutor da Igreja Católica na Câmara Municipal, Nunes foi um dos responsáveis pela lei que autorizou anistiar e regularizar templos religiosos em desobediência à lei de zoneamento, em 2016. Também foi acusado de violência doméstica contra a mulher – ambos negam – e investigado pelo envolvimento em empresas que ganharam com superfaturamento no aluguel de creches conveniadas com a prefeitura de São Paulo.

Trajetória de Covas

Nascido em 7 de abril, na cidade de Santos, na Baixada Santista, Bruno Covas Lopes era advogado e economista. Filiou-se ao PSDB em 1997. Em 2004 saiu candidato a vice-prefeito em sua cidade natal, ao lado de Raul Cristiano, também do PSDB. Derrotado, dois anos depois o tucano é eleito deputado estadual e reeleito em 2010, com a maior votação do estado. Mesmo assim, em 2011, deixa a cadeira na Assembleia Legislativa para assumir a Secretaria do Meio Ambiente no governo de Geraldo Alckmin, onde permanece até ser eleito deputado federal, em 2014.

Em Brasília, votou a favor do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Também foi favorável a emenda constitucional do Teto dos Gastos Públicos que congelou investimentos em saúde e educação por 20 anos.

Dois anos depois, deixa a Câmara Federal para assumir como vice-prefeito da cidade de São Paulo, ao lado João Doria (PSDB). Acumula, ainda, as funções de secretário das Prefeituras Regionais e da Casa Civil.

João Doria renuncia em 2018 e deixa a prefeitura rumo ao governo do estado de São Paulo. Bruno Covas assume e em 2020 é reeleito numa disputa de segundo turno com o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (Psol), que teve a ex-prefeita Luiza Erundina como vice na chapa.

Prefeitura e covid

A gestão de Bruno Covas sofreu duras críticas pela atuação frente à pandemia da covid-19. A primeira morte na cidade ocorreu em 16 de março de 2020 e no final de abril a capital já contava mais de 1.100. O dado representava, então, cerca de 19% do total do país, que contabilizava à época 5.900 óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde. O próprio Covas foi contaminado pelo novo coronavírus em junho do ano passado.

A maior cidade do país nunca fez um lockdown efetivo. Entre as medidas adotadas pela gestão Covas, o bloqueio parcial de algumas avenidas principais da cidade, não teve resultado e ainda restringiu o deslocamento de profissionais em atividades essenciais, como a área da Saúde. Depois, um rodízio de veículos por final da placa foi criticado por aumentar a aglomeração no transporte público.

Em abril deste ano, Covas autorizou a reabertura das escolas para aulas presenciais. A medida, criticada por entidades da área da Educação e por cientistas em todo o mundo, pode ser responsável pelo agravamento no número de casos na cidade de São Paulo.