Escrito por: Marize Muniz
Pesquisa do Datafolha mostra que brasileiros não conseguem citar uma única medida positiva do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro. Já a pior medida, responderam muitos, é o decreto de armas
A última rodada da pesquisa Datafolha, feita entre os dias 4 e 5 de julho, divulgada nesta segunda-feira (22), confirma a liderança de Jair Bolsonaro (PSL) no ranking de pior avaliação que um presidente em primeiro mandato já teve desde 1990, quando o caçador de marajás, Fernando Collor de Mello, assumiu e confiscou a poupança dos brasileiros.
Para 39% dos entrevistados, o presidente não fez nada de muito positivo ou que mereça destaque em seus seis meses de governo. Os entrevistadores não apresentaram opções, pediram para os entrevistados responderem espontaneamente o que o presidente teria feito de melhor até então. Quatro em cada dez responderam “nada”.
Entre os nordestinos, o percentual de avaliação negativa sobe para 52% e entre os adeptos de religiões de matrizes africanas 76% avaliam o governo como ruim ou péssimo.
No recorte por gênero, o percentual sobe para 45% entre as mulheres, mesmo percentual por escolaridade, entre os que têm apenas o ensino fundamental (45%). Sobe mais ainda no recorte por raça (46% entre os negros).
Entre os que afirmam que votaram em Bolsonaro no segundo turno, 17% disseram não ter nada a destacar de muito positivo.
Questionados sobre o que Bolsonaro fez de pior nos seus primeiros seis meses de governo, 21% dos brasileiros responderam que foi o decreto de armas que ele assinou maio deste ano. O repúdio é maior entre os negros (25%), quem avalia o governo como ruim ou péssimo (27%) e espíritas (28%).
Na lista de piores medidas estão ainda a reforma da Previdência, que dificulta o acesso à aposentadoria e reduz o valor dos benefícios, além de medidas como a retirada do direito do abono salarial do PIS/Pasep de quase 13 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. A medida é reprovada por 12% dos brasileiros.
Outros 3% elegeram os cortes de verbas na educação e 1% citaram racismo ou homofobia e aumento do desemprego, entre outras respostas.
O levantamento do Datafolha ouviu 2.860 pessoas com mais de 16 anos, em 130 cidades.