Escrito por: Fenae
Oito em cada 10 bancários da ativa disseram que o trabalho afeta a sua saúde. A maioria dos afastados por dispensa médica relata alguma doença mental
Dados preliminares de pesquisa encomendada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) sobre as condições de trabalho e os impactos da pandemia na saúde dos trabalhadores da Caixa revelam que trabalhar no banco adoece os bancários e as bancárias.
Dos 1.704 trabalhadores da ativa que responderam à pesquisa, aproximadamente oito em cada 10 (80%) disseram que o trabalho afeta a sua saúde.
. 6% estão afastados do trabalho por licença médica - o principal motivo de afastamento são as doenças mentais;
. 33% estão afastados por depressão;
. 26% por ansiedade;
. 13% por síndrome de Burnout; e,
. 11% por síndrome do pânico.
. 20% dos bancários têm jornadas de trabalho maior que oito horas diárias.
O cenário piorou muito desde o último levantamento da entidade sobre a saúde dos trabalhadores, realizado em 2018, segundo o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
“Sabemos que a pandemia é um fator que pesa na saúde mental dos trabalhadores. Mas a pesquisa mostra que esse adoecimento está atrelado ao trabalho. Ou seja, o modo de gestão da Caixa, as cobranças e pressão por metas e a jornada exaustiva de trabalho estão interferindo na saúde dos empregados. Esses dados vão nos ajudar a buscar ações em defesa dos bancários”, disse Takemoto.
“Os dados são assustadores", reforça a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus.
"De imediato, com as informações preliminares, podemos dizer que a Caixa, de algum modo, está fazendo mal à saúde dos seus trabalhadores”, compldementa.
A dirigente informou que a diretoria executiva da Federação vai se reunir para avaliar o relatório preliminar e pensar em ações em defesa dos trabalhadores.
Perfil da amostra
A pesquisa de opinião da Fenae sobre a saúde dos bancários da Caixa foi realizada pela Acerte Pesquisa e Comunicação, entre os dias 19 de novembro e 10 de dezembro de 2021. 3034 bancários responderam ao questionário até o fim. Destes, 1.704 (56%) são empregados da ativa e 1.330 (44%), aposentados.
Dos entrevistados da ativa, 74% estão lotados nas agências.
. 34% têm cargo em gerência;
. 21% são Técnicos Bancários Novos (TBN);
. 71% têm entre 30 e 49 anos;
. 59% se declararam do sexo masculino; e,
. 41% do feminino.
Já entre os aposentados, 66% têm de 60 a 69 anos. 53% se declararam do sexo masculino e 47, feminino.
A margem de erro da pesquisa é de 1,8 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.