Caminhões usados em atos golpistas transportavam drogas e contrabando, diz PRF
Ligação com os crimes foi identificada por meio de um cruzamento das placas dos veículos que participaram de um comboio organizado por manifestantes em Cuiabá
Publicado: 12 Dezembro, 2022 - 14h50 | Última modificação: 12 Dezembro, 2022 - 14h59
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviou Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório apontando que caminhões utilizados nos bloqueios antidemocráticos e ilegais realizados por bolsonaristas, que não aceitam a vitória de Lula (PT) nas eleições de outubro, já estiveram envolvidos em crimes como tráfico de drogas, contrabando e crime ambiental.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a ligação dos veículos com os crimes listados foi possível a partir do “levantamento de placas dos veículos que participaram de um comboio organizado por manifestantes em Cuiabá (MT) no dia 5 de novembro.
Na quarta-feira (7), o ministro do STF Alexandre de Moraes aplicou multa de R$ 100 mil aos proprietários dos veículos utilizados nos atos golpistas que foram identificados pelas autoridades de Mato Grosso, além de proibir a circulação e determinar o bloqueio dos documentos.
Moraes também tornou esses veículos indisponíveis —ou seja, proibiu a sua circulação e bloqueou seus documentos. A decisão ocorreu após ele ter determinado a adoção de providências para o desbloqueio de rodovias e espaços públicos no estado.
Um desses caminhões, um veículo Mercedes Benz modelo Actros 265, registrado em nome da empresa Sipal Indústria e Comércio, já havia sido apreendido em outubro, mês anterior ao dos protestos dos quais participou.
Segundo documento da PRF, ele foi pego na BR-101, altura do município de Palhoça (Santa Catarina), transportando três toneladas de drogas (2,9 toneladas de maconha e 103 quilos de skank).
O motorista foi preso e conduzido, junto com o veículo, à Polícia Federal em Florianópolis. O condutor e outro homem que fazia parte do comboio relataram que ganhariam R$ 100 mil pelo serviço.
A polícia registrou oito veículos da Sipal Indústria e Comércio participando de atos antidemocráticos. No dia 17 de novembro, Moraes mandou bloquear a conta bancária da empresa.