Escrito por: Érica Aragão
Governo de Bolsonaro reduziu para R$ 300 o auxílio e entidades sindicais pedem para presidente da Câmara votar Medida Provisória e manter os R$ 600 até o fim da calamidade pública
A campanha da CUT e demais centrais sindicais pela manutenção do valor do auxílio emergencial, que o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) baixou de R$ 600 para R$ 300, por meio da Medida Provisória nº 1000/2020, está nas redes, nas ruas e no Congresso Nacional.
Os slogans são “Coloca o Auxílio Emergencial pra votar, Maia!”, “Bota pra votar JÁ, Maia!” e as hashtags #Vota600 e #600PeloBrasil. A campanha tem ainda um abaixo assinado virtual para pressionar os parlamentares pela manutenção do auxílio emergencial no valor de R$ 600 reais até dezembro, e todo material está disponibilizado no site da CUT,
A pressão maior em cima do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) é porque é dele a decisão de pautar ou não o tema. E se em 120 dias uma MP não é votada perde a validade, caduca. Neste caso, se não for votada, a decisão do governo de reduzir o valor do benefício prevalece. O pagamento termina no mesmo prazo em que acaba o prazo para votar a MP. Portanto, a hora de participar da campanha nas redes, de assinar o abaixo-assinado é agora. Participe!
O que é a campanha
A “Campanha nacional pelo auxílio emergencial de R$ 600” é uma mobilização das entidades sindicais para os parlamentares mantenham o valor do auxílio aprovado pelo Congresso Nacional de R$600,00 (R$ 1.200,00 para mães chefes de família) até dezembro.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, lembra que o Auxílio Emergencial foi uma conquista do movimento sindical que, no início da pandemia, pressiono deputados e senadores a pagar um valor maior para minimizar os impactos sociais e econômicos na vida de milhões de desempregados, microempreendedores e informais que ficaram totalmente sem renda.
Segundo Sérgio, o governo Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, diziam desde março que seria impossível pegar mais do que R$ 120. Foi a pressão de sindicatos e da bancada da oposição no Congresso que elevou o valor para R$600, obrigando o governo a pagar. O valor que eles queriam seria uma tragédia para o país, afirmou.
“De acordo com pesquisas, pode se ter certeza que esta é a melhor decisão política para o momento, porque os estudos mostraram que a população brasileira usou os R$ 600 para comprar remédio, alimentos e materiais de higiene. E agora com a inflação dos alimentos da cesta básica fora do controle os R$ 300 não vai dar para nada. Manter os R$600 até dezembro é fundamental para evitar um caos social e continuar movimentando a indústria e a economia”, afirmou o dirigente na coletiva de Imprensa do lançamento da campanha, que aconteceu nesta semana.
Em nota, as 11 centrais sindicais, que estão organizando a campanha, alertam que a redução do auxílio compromete gravemente a capacidade de as famílias garantirem alimentação, moradia, transporte e outros bens de consumo básicos.
“Esse auxílio teve um impacto positivo na massa de rendimentos das famílias que, transformada em consumo, foi capaz de sustentar mais de 2% do PIB brasileiro em 2020”, diz trecho do documento.
“Além disso, garantiu o consumo básico de mais de 60 milhões de pessoas, ajudou a mais de 66 milhões de trabalhadores e trabalhadoras informais, fomentou a atividade nas empresas e protegeu milhões de empregos”, conclui.
As centrais sindicais estão articulando com os movimentos populares e sociais, igrejas, torcidas organizadas de futebol e campanhas como a da Renda Básica, entre outras, para ampliar a mobilização e fortalecer o movimento. CNBB, OAB, frentes Brasil Popular e outros movimentos também estarão juntos na luta.
“A ideia é que possamos, com mobilização e o trabalho de convencimento da população e no Congresso Nacional, conseguir alcançar nosso objetivo que é proteger os trabalhadores e trabalhadoras que precisam do auxílio enquanto durar a calamidade pública imposta pela pandemia do novo coronavírus”, ressaltou o assessor do Fórum das Centrais, Clemente Ganz Lúcio, durante lançamento da campanha.
*Edição Marize Muniz