Escrito por: Walber Pinto
Entrega dos alimentos a moradores da cidade de Manuel Urbano será nesta quinta-feira (18). A campanha de arrecadação, que conta com apoio de sindicatos, confederações e federações da CUT, continua
Em apenas onze dias desde que foi lançada, a campanha da CUT em solidariedade à população do Acre afetada pelas cheias dos rios no estado, foram arrecadados 18 mil reais por meio de doações de trabalhadores e trabalhadoras, sindicatos, confederações, ramos e Federação dos Bancários do Centro Norte filiados à Central.
Dos R$ 18 mil, R$ 15 mil já foram gastos na compra de 250 cestas básicas que serão doadas, nesta quinta-feira (18), à população de Manuel Urbano, município do Acre, que soma quase 10 mil habitantes e fica a 244 km de distância da capital, Rio Branco, e em todas cidades atingidas pela enchente até Cruzeiro do Sul e região.
O restante do dinheiro arrecadado, e também o que ainda entrará na conta bancária da campanha, será usado para compra de produtos de higiene pessoal, kits de limpeza, além de água mineral.
A ajuda humanitária da CUT e demais sindicatos envolvidos vai contribuir para diminuir o sofrimento do povo acreano, que além do colapso na saúde, por causa da pandemia do novo coronavírus, enfrenta uma situação dramática após o transbordamento do Rio Acre, afirma o presidente da CUT- Acre, Edmar Batistela. “Muitos ainda estão sem casa e sem comida e para piorar, com milhares de pessoas desabrigadas, houve aglomeração e os registros de casos de Covid-19 aumentaram no estado”, diz.
“Essa ajuda humanitária é para que as pessoas tenham, pelo menos, uma alimentação satisfatória”, completa o presidente.
Em números atualizados pelo Corpo de Bombeiros, mais de 130 mil pessoas sofreram com os efeitos das enchentes em todo o estado. A Defesa Civil considera atingidas pela cheia casas aonde a água chegou, desabrigando ou não os moradores.
A campanha também mobiliza a juventude do PT-Acre e a juventude CUTista, que ajudam na busca de veículos para o transporte das cestas e na compra de combustível.
“O povo acreano nesse momento vive uma situação de calamidade. A gente pede que os irmãos e irmãs continuem doando da forma que for possível. Vamos levar cesta básica, higiene para pessoas que perderam tudo, ou quase tudo”, ressalta Edmar.
A corrente de solidariedade por meio da campanha “Acre Precisa da Sua Ajuda #SOSAcre” continua e os sindicatos e entidades que queiram colaborar, basta fazer transferência por meio do PIX, pelo e-mail campanhas@cut.org.br - que serão direcionadas para ações organizadas de solidariedade no Acre.
E a ajuda também pode ser feita via transferência bancária ou depósito na conta abaixo:
Banco do Brasil
Conta /Corrente: 8024-1
Agência: 3344-8
CNPJ: 60.563.73100001-77
Além das populações urbanas, a enchente dos rios também gerou muitos prejuízos aos povos indígenas. No total, 10 aldeias da etnia Huni Kuī do baixo Rio Envira, e seis da parte alta do rio – na região central do Acre –, mais sete aldeias da etnia Shanenawa foram atingidas pelas cheias dos rios.
No total, 487 famílias que perderam suas casas ou tiveram de abandoná-las para buscar abrigo. Além dos prejuízos nas moradias, os indígenas perderam plantações, o que deixa muitas famílias em situação de vulnerabilidade social.
Pelo menos 10 das 22 cidades do estado do Acre foram afetadas pelas enchentes, incluindo a capital, Rio Branco. As cheias dos rios começaram no dia 5 de fevereiro com o transbordamento de igarapés.
Na capital Rio Branco, 40 bairros foram atingidos, afetando 14 mil pessoas, cerca de 3 mil famílias.
Apesar da melhora das enchentes, além dos prejuízos materiais, a população precisa de ajuda com comida, água potável e atendimento médicos já que as enchentes podem causar uma série de danos à saúde.