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Canavieiros asseguram direitos históricos e decidem pelo fim da greve

Acordo que garantiu manutenção de direitos das Convenções Coletivas e reajuste salarial foi fechado depois de quatro dias de greve que parou usinas de toda a Zona da Mata de Pernambuco

Publicado: 10 Dezembro, 2018 - 11h28 | Última modificação: 10 Dezembro, 2018 - 11h35

Escrito por: Redação CUT

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Depois de quatro dias de greve que atingiram usinas de toda a Zona da Mata de Pernambuco, os canavieiros garantiram a manutenção dos direitos conquistados nas Convenções Coletivas que vinham sendo ameaçados pelos empresários e os reajustes reivindicados na pauta econômica. O salário aumentou de R$ 970,00 para R$ 1.010,00, o piso de garantia ficou em R$ 18,00 e o valor da cesta básica passou de R$ 45,00 para R$ 50,00. A única exceção foi o pagamento das horas in itinere (tempo gasto pelo trabalhador entre sua residência e a efetiva ocupação do posto de trabalho).

O acordo foi fechado na última sexta-feira (7), após audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região que reuniu representantes dos canavieiros e dos empresários do Setor Sucroalcooleiro.

A categoria já havia realizado 13 rodadas de negociação da 39º Campanha Salarial quando decidiu, no dia 29 de novembro, decretar greve geral contra a  ameaça dos patrões de retirada de direitos historicamente conquistados da Convenção Coletiva de Trabalho. Depois de notificar os empresários do Setor, os trabalhadores e trabalhadoras paralisaram as atividades na segunda-feira (02).

”Os trabalhadores e trabalhadoras mostraram que estão dispostos a lutar por seus direitos e a paralisar suas atividades, como um ato de resistência, o que muita gente duvidava”, destacou o presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais do Estado de Pernambuco (FETAEPE), Gilvan José Antunis.

“Podemos dizer que saímos vitoriosos dessa greve porque conseguimos assegurar conquistas importantes da nossa Convenção Coletiva”, disse o dirigente, acrescentando que “a questão das horas in itinere só foi retirada porque, infelizmente, a reforma trabalhista abre essa possibilidade”.

Durante a paralisação dos canavieiros, a União Internacional das Associações de Trabalhadores Alimentícios, Agrícolas, Hoteleiros, Restauradores, Tabaco e Afins (UITA) encaminhou uma carta aberta aos empresários do Setor Sucroalcooleiro do estado, pedindo que eles revisassem os seus posicionamentos e retomassem o diálogo com os trabalhadores, buscando uma saída que beneficiasse a todos.

O texto dizia, ainda, que a instituição permaneceria acompanhando a situação, e que estaria pronta para tomar, caso necessário, as medidas pertinentes, em nível nacional e internacional.