Empresa alega reestruturação de três anos. Sindicato da categoria exige negociação e intervenção política para evitar o fechamento
Depois da Ford, que fechou suas fábricas no Brasil, demitiu trabalhadores, impactando na economia das cidades onde a montadora estava instalada, e passou a vender somente automóveis produzidos em outros países; da Mercedes-Benz que deixou de produzir carros de passeios e só produz aqui veículos pesados, e da Toyota que anunciou o fechamento da planta de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a Caoa Chery anunciou a paralisação da produção em Jacareí, no interior de São Paulo.
A empresa alegou que se trata de uma reestruturação para começar a fabricar veículos elétricos. No entanto, os trabalhadores envolvidos na produção, além de metade dos administrativos, perderão seus postos de trabalho. De acordo com reportagem do Uol Carros, a fábrica ficará fechada por três anos e a produção seria compensada na unidade de Anápolis (GO).
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Weller Gonçalves, afirmou na reportagem que o sindicato está chamando a empresa para negociar. Uma assembleia chamada com os trabalhadores foi marcada para às 10h desta sexta-feira (6).
“Não podemos mais aceitar que empresas venham para a região, recebam uma série de isenções fiscais para depois anunciar o fechamento e os políticos não fazerem nada”, disse o sindicalista.
Em março deste ano, a montadora já havia apresentado uma proposta de “lay-off” (período de inatividade, em inglês) para os trabalhadores do setor produtivo, alegando dificuldades por causa da falta de semicondutores no mercado, essenciais à fabricação de veículos. Pela proposta, 450 do total de 700 trabalhadores ficariam em casa e sem receber salários.