Escrito por: Denise Veiga, especial para o Portal CUT
Militantes de todo o Brasil estão chegando ao acampamento de solidariedade a Lula, em Curitiba, para reforçar atos de apoio ao lançamento oficial da pré-candidatura do ex-presidente neste domingo (27)
Caravanas de todo o país estão chegando ao Paraná para engrossar as fileiras da resistência da Vigília Lula Livre, instalada nas proximidades da sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente está sendo mantido como preso político desde o dia 7 de abril, e participar, neste domingo (27), do lançamento oficial de sua pré-candidatura a presidente da República.
Para a presidenta da CUT-PR, Regina Cruz, a confirmação do lançamento da candidatura de Lula é mais um estímulo para a militância que está na luta por democracia, por direitos sociais e trabalhistas, por um país melhor, mais inclusivo e mais justo e, portanto, quer Lula livre e candidato para, junto a ele, construir esse país que todos sonham.
“Nosso recado a todos que se perguntam por que estamos aqui é um só: Lula é a esperança que temos de um futuro melhor, de mais geração de emprego e renda, de programas sociais e desenvolvimento com justiça e inclusão social”, diz a dirigente.
Nem as baixíssimas temperaturas no estado tira o ânimo dos que acreditam na inocência de Lula e querem que ele seja libertado logo para fazer a campanha eleitoral. São pessoas que chegam de todos os cantos do Brasil, ficam acampados durante dias ou apenas nos finais de semana. E quem chega ao acampamento, sem sente aquecido com o clima de fraternidade e companheirismo que reina no local.
“Apesar do frio, o calor humano é intenso. As pessoas que chegam aqui são muito bem acolhidas porque temos uma solidariedade forte em Curitiba”, diz Rosane Silva, da coordenação da Vigília Lula Livre e da direção nacional do PT.
“Recebemos diariamente doações de alimentos e agasalhos para aquecer os que chegam de regiões que não são tão frias. Alimento, calor humano e agasalhos nós oferecemos e a nossa garra e resistência permanece. Só sairemos daqui o dia que o Presidente Lula sair”.
A resistência organizada em Curitiba, assim como os apoios que vem de todo o Brasil deixam clara a importância da manutenção da Vigília Lula Livre Brasil, espaço que serve para denunciar ao mundo que o país tem um preso político.
“A nossa resistência é importante para deixar claro para a sociedade brasileira e mundial que nós temos aqui no Brasil um preso político. Lula está preso porque defende um projeto político de inclusão, onde mulheres, negros, jovens e pequenos agricultores têm vez e voz no nosso país, onde os mais pobres têm direito à saúde e educação gratuita de qualidade. Esse é o motivo de sua prisão”, emocionada Rosane afirma.
Ela lembra que todos sabem que o presidente Lula é o primeiro em todas as pesquisas desde que foi aberto o debate do processo eleitoral e que não adiantou o massacre nos meios de comunicação, a perseguição por parte do Judiciário e do Ministério Público do Paraná, que nem prendendo Lula conseguiram tirá-lo no primeiro lugar no ranking das intenções de votos.
“Lula é igual a pão de ló, quanto mais bate mais cresce. Hoje está consolidada a vitória dele nas eleições e será sim nosso candidato e não há nada na legislação eleitoral que proíba ele de ser nosso candidato”, afirma Rosane.
Segundo ela, Lula é apoiado pelo conjunto dos movimentos sociais, pela CUT, MST e MABI, entre uma centena de outros movimentos populares; e os próprios partidos de esquerda, afirmou, apoiam porque têm certeza que só ele poderá retomar o crescimento e os direitos da classe trabalhadora em nosso país.
“Por isso, vamos resistir até o fim. O nosso projeto político está encarcerado”, enfatiza.
Cartas de Lula lamentam retrocesso
Em cartas enviadas aos acampados, a parlamentares de esquerda, movimentos sociais e sindical, o ex-presidente Lula tem expressado indignação com a situação econômica do Brasil. Ele já falou sobre o aumento do desemprego, que atinge mais de 13,7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras; e sobre os preços dos combustíveis praticados pela Petrobras, a gasolina que tem reajuste todos os dias praticamente, o gás de cozinha que aumentou mais de 60%.
Segundo Rosane, “ele está espantado com a capacidade dos golpistas de destruir em apenas dois anos tudo que foi construído nos governos do PT, dele e da Dilma, está acompanhando tudo”.
“Os nossos empregos, os nossos direitos, mas também a renda da classe trabalhadora que caiu brutalmente; além do endividamento dos trabalhadores e trabalhadoras, que voltou aos patamares de 2002, ano em que o presidente Lula concorreu as eleições. Hoje, a situação é tão crítica que o pobre tem que escolher entre pagar dívidas ou comer”, diz Rosane, que complementa: “sem falar na venda dos nossos bens comuns, como a privatização da Petrobrás, a Eletrobrás, que são empresas estatais que sustentam a economia do País estão sendo vendidas a preço de banana, para poucos acumularem riqueza e milhões ficarem na linha da pobreza”.
“O presidente Lula é um trabalhador e já viveu com essa condição por isso está indignado”, conclui Rosane.