CECUT: Pernambuco, Rio Grande do Sul e Sergipe elegem suas novas diretorias
Piauí, Goiás e Rio de Janeiro serão as próximas CUTs estaduais a discutirem planos de luta
Publicado: 07 Agosto, 2023 - 16h19 | Última modificação: 08 Agosto, 2023 - 12h58
Escrito por: Luiz Carvalho com informações das estaduais da CUT | Editado por: Rosely Rocha
Na terceira semana dos Congressos Estaduais da CUT (CECUTs), as CUTs do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Sergipe promoveram encontros que elegeram as novas direções e atualizaram a estratégia de lutas que norteará os próximos quatro anos.
No Rio Grande do Sul, por unanimidade, a única chapa inscrita reconduziu o atual presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, ao cargo. O 16º CECUT-RS reuniu mais de 400 delegados e delegadas do campo e da cidade, dos setores público e privado, e contou com a presença do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.
“Saímos daqui muito conscientes do papel que temos na construção do futuro do país, seja na questão do desenvolvimento econômico, social no fortalecimento do movimento sindical e, mais do que tudo, de luta pela redução da desigualdade, que é o que o povo espera da nossa central”, disse o dirigente.
Ao final dos debates, que ocorreram entre os dias 4 e 5, o professor Amarildo Cenci, apontou a importância de ampliar a unidade dos trabalhadores e trabalhadoras para colocar quem produz as riquezas do país no centro dos debates.
“Queremos que a classe trabalhadora seja cada vez mais protagonista na reconstrução do nosso país”, disse.
A nova direção terá também a volta de dirigentes do Centro dos Professores Primários do Estado do Rio Grande do Sul (CPPERS Sindicato), que se refiliou à CUT no dia 14 de julho.
Pernambuco de luta
No Recife, o 16º CECUT-PE terminou na última sexta-feira (4) com a presença de 300 delegados e delegadas e a consagração da chapa única com a representação expressiva dos principais ramos e o respeito à paridade de gênero.
O encontro que aconteceu no Centro de Formação e Lazer, bairro da Guabiraba, capital pernambucana, também reelegeu por unanimidade o professor Paulo Rocha.
Ao final do congresso, ele relembrou o período de lutas da entidade, especialmente as dificuldades vividas durante a pandemia de Covid-19, que resultou nas mortes de muitos trabalhadores e trabalhadoras e se comprometeu a ampliar a mobilização em defesa da classe trabalhadora no estado.
“Nesse período da pandemia, a CUT-PE esteve com os movimentos sociais, fizemos atos simbólicos e on-line, além de reflexões e reuniões. Mas, não saímos das ruas. Desejamos mais. O nosso congresso ratificou essa luta pela melhoria dos serviços públicos que a sociedade merece. Somos contra a privatização que entrega o patrimônio público nacional de graça, de mão beijada para a iniciativa privada. Que todo mundo tenha direito à alimentação, com três refeições diárias. Queremos uma sociedade diferente, onde se tenha respeito e não violência notadamente contra os negros, as mulheres e o povo LGBTQIA+. Lutaremos para construir uma sociedade justa, fraterna e igualitária”, afirmou.
No Sergipe, o 15° CECUT-SE aconteceu em Aracaju com apoio de mais de 50 organizações do movimento sindical e terminou no último dia 5 com a reeleição do presidente Roberto Silva.
A atividade contou ainda com a secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT Nacional, Jandyra Uehara, que destacou, em sua exposição os problemas decorrentes da independência do Banco Central (BC) e a alta taxa de juros que mantém a população endividada, entre outras questões.
"Não é possível derrotar o neofascismo sem derrotar o neoliberalismo. E para derrotar o neoliberalismo, nós precisamos disputar o governo Lula. Precisamos ter nossas organizações de classe mobilizadas. Um dos desafios do nosso Congresso da CUT é descobrir como superar este individualismo e a fragmentação dos trabalhadores para fortalecer a luta coletiva", disse Jandyra.
Para a vice-presidenta eleita da CUT-SE, Caroline Rejane Sousa Santos, o encontro serviu para discutir frentes de luta diante do novo modelo de relações trabalhistas imposto a partir da precarização.
"Foi um congresso com muitos debates sobre a atual conjuntura brasileira, principalmente no que diz respeito à ascensão nos últimos anos da extrema direita, do neofascismo e da ampliação das políticas neoliberais. Além disso, discutimos o papel do movimento sindical CUTista, pois elegemos Lula, mas é um governo em disputa, por isso não podemos deixar as ruas, para colocar em evidência a pauta das trabalhadoras e dos trabalhadores, sejam eles formalizados, plataformizados, informalizados, desempregados ou os que estão vinculados à economia solidária. Todos esses pontos estão refletidos em nossas emendas ao texto base do 14º Concut e também em nosso plano de lutas para o próximo período", disse.
Próximos passos
A quarta semana de CECUTs terá atividades no Piauí, Goiás e Rio de Janeiro. Entre os dias 10 e 12 de agosto, a CUT-PI e a CUT-RJ realização os encontros. Em Goiás, o CECUT do estado será realizado entre os dias 11 e 12.
Os congressos estaduais têm o papel de atualizar as estratégias de luta, definir as novas direções e os delegados e delegadas que representarão os estados no 14º Congresso Nacional da Central (CONCUT), marcado para ocorrer entre os dias 19 e 22 de outubro, em São Paulo com o tema “Luta Direitos e Democracia que Transformam Vidas!”.
O congresso celebra os 40 anos da maior central sindical do Brasil e apontará as frentes de atuação em meio ao primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcado por debates importantes como a retomada das políticas para a indústria e o impacto sobre a classe trabalhadora, a regulação do mercado para trabalhadores e trabalhadoras por aplicativo e a revisão da política ambiental com foco em uma transição justa e igualitária.
Além disso, o encontro também definirá a nova direção nacional da Central que comandará a entidade de 2023 a 2028.
